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A estrela da quermesse

 

A quermesse planetária das chuteiras, das canelas milionárias, possui uma estrela incontestável - a televisão. Lembro-me de um certo dia no saguão dos Diários Associados , à rua 7 de Abril, com Assis Chateaubriand, convidados, diretores e o frade franciscano e antigo ator de cinema José Mojica, original paraninfo da inauguração da TV Tupi. Fico pensando que a televisão faz mágicas indescritíveis para evoluir e trazer sempre novidades. O grande prélio futebolístico na Alemanha deu a essa estrela a oportunidade de subir a um podium imaginário, em que ela brilha com intensa luminosidade, abarcando todos os povos na sua mensagem de união em torno de um fim e de apoio à atividades esportivas e econômicas.


 


Devemos nos regozijar com os organizadores desta Copa pela qualificada competência com que o programa foi executado e está sendo cumprido com rara eficiência na Alemanha, toda reconstruída da sinistra catástrofe da Segunda Grande Guerra. Acentuo que, não obstante os contratos milionários dos jogadores, a Copa é um acontecimento democrático, pois abarca, nivela em suas dimensões, todos os povos, unindo-os para o entretenimento de maior carga emotiva dentre todos os demais, que deu muitos gênios do pé hábil e da inteligência pronta como o legendário Pelé. Temos assistido pela televisão nos últimos tempos a alguns dos maiores espetáculos da Terra; um deles foi o do Santo Padre João Paulo II, cujo enterro reuniu todos os chefes de Estado e de governo em torno de seu esquife, e agora esse espetáculo que a televisão estendeu para o mundo inteiro, sem exceção, inclusive para os EUA, que não têm tradição futebolística.


 


Repito que na era da comunicação, que já tratei nesta coluna, não poderia haver nada mais belo do que o Mundial divulgado pela televisão com rara eficiência, rara técnica e raro desejo de agradar.


 


Diario de São Paulo (São Paulo) 16/06/2006

Diario de São Paulo (São Paulo), 16/06/2006