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Renúncia de Ministro

 

A saída de um ministro da Agricultura, como no atual caso de Roberto Rodrigues, não é a saída convencional de outro ministro. Vamos à situação do Ministério da Agricultura para justificar a queda de Roberto Rodrigues. Desde Fernando Costa, que saiu carregado pela morte, o ministério não tinha um titular com tanta atividade, que transformou a Pasta num bloco de utilidade permanente, atuando junto com o ministro Luiz Fernando Furlan na expansão das exportações. Era sabido que o Ministério da Agricultura não tinha importância alguma, indo para lá, geralmente, candidatos ao ócio e não ao negócio. Foi o convite à Roberto Rodrigues que transformou o ministério de lago plácido em ariete de combate, ao intensificar as exportações de medíocres quantias em dólares de formidável magnitude. Foi uma virada de vida extraordinária para os ministros Luiz Fernando Furlan e Roberto Rodrigues.


O que num país como o Brasil, grande produtor de matérias-primas, deveria ser o Ministério da Agricultura, há muito não era assim visto, nem exigido. Quem restaurou o ministério e deu-lhe um sentido ativo foi Roberto Rodrigues, com seu conhecimento do negócio, com sua capacidade de ação, em suma, com seu tirocínio, provando que se pode fazer o Ministério da Agricultura com força incomparável, para obtermos uma posição digna entre as nações exportadoras do mundo, situação na qual já nos encontramos.


Perdeu-se um ministro de grandes qualidades, comprovadas na gestão ministerial e perdidas antes mesmo que o presidente Lula exercesse as pressões eleitoreiras que embaraçariam as atividades técnicas da Pasta. Não sai um ministro, sai um grande operador da área exportadora.


A perda é essa.


 


Diario do Comercio (São Paulo) 30/06/2006

Diario do Comercio (São Paulo), 30/06/2006