No meio de chuvas e trovoadas, característica da crise política que envolveu o Brasil, vemos que um setor do governo está sendo protegido pela conduta do ministro Palocci e das autoridades que compõe a sua área, como a presidência do Banco Central.
A ministra Dilma Rousseff não deveria ter atirado o fogo amigo na direção de Palocci, pois com autoridades econômicas é preciso ter o maior cuidado, afim de que o setor não ceda brecha para dúvidas, boatos e imprecisões da economia e a defesa da estabilidade da moeda. Deve-se reconhecer que o ministro Palocci está sendo prudente como deve sê-lo. Vai esta consideração em defesa do ministro e de sua capacidade, comprovada, de engolir sapos, como o que a ministra da Casa Civil lhe serviu.
Se o ministro Palocci está sendo incomodado, o presidente deve aliviá-lo sem demora, afim de que não seja abalada a política econômico-financeira. Esta é uma obrigação incontornável que precisa ser mantida a todo custo em nome dos interesses múltiplos do País, sacudido pela tremenda crise política.
Cito sempre a opinião de Louis, ministro da economia de Napoleão III, que pedia boa política, para que pudesse manter a economia em boa forma. A lição serve para o Brasil, nesta emergência em que nos encontramos, por quanto a estrutura econômico-financeira da nação não suporta atritos prolongados e solavancos brutais.
Lembrem-se destas considerações os ministros do governo, principalmente a guerrilheira do fogo amigo.
Diário do Comércio (São Paulo) 14/11/2005