Quando no século XIX o mundo verificou que não podia contar por muito tempo com a garantia da caridade para os menos favorecidos, buscou-se dar-lhes segurança estatal. Foram criados, então, os regimes previdenciários e pensionários, para atender com segurança à massa pobre, que se deslocara ou que fôra deslocada da agricultura para indústria em fase de expansão.
O proletariado industrial teria que trabalhar certo de que não lhe faltariam recursos ainda que modestos para a subsistência, o vestuário, o transporte e outros misteres, a serem providos pelo governo mediante uma arrecadação fixa das forças de trabalhos ativas.
O mundo conheceu a segurança, mas as instituições previdenciárias reclamam, cada vez mais, recursos para atender à demanda de segurança, em todo sentido, e satisfatoriamente, embora modestos, à compensação em benefício de seguro social.
O advento da segurança social começou na Europa industrial e transferiu-se para o mundo, e nos anos 30 chegou ao Brasil, embora pouco antes, ainda nos anos 20, tenha sido aprovada a primeira lei previdenciária do Brasil.
A política social de Getúlio Vargas procurou dotar a Nação de instituições de segurança social que atendessem, num padrão adequado, às necessidades mínimas do proletariado industrial crescente naquela altura do século. Ainda que modesta a garantia de segurança no Brasil, ela incorporou milhões de brasileiros aos seus benefícios. Chegamos, porém, a uma situação de crise na previdência social mundial, sem que se tenha ainda uma perspectiva menos grave para que seja encontrada a solução que atenda aos interesses do Estado e dos segurados.
Diário do Comércio (São Paulo) 25/11/2005