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Quem manda

 

Quem conhece a história da Revolução Francesa sabe que foi no Jeu de Paumes que surgiram as Assembléias Deliberativas, vigentes até hoje na organização política de todas as nações.


Até o juramento para a representação popular, então firmado, prevalecia no Antigo Regime a representação dos ofícios e das situações de classe, obedecendo os três estados ou ordens: o clero, a nobreza e o povo. É descrito no opúsculo de modestas cem páginas do abade Emmanuel Joseph Sieyès sobre o Terceiro Estado, ou seja, o povo.


Da Revolução Francesa até hoje a evolução dos povos foi considerável, a riqueza aumentou e abarcou em sua expansão milhões de membros do que seria o Terceiro Estado, mas ao mesmo tempo – não nos vejam como nostálgicos marxistas que não somos, nem mesmo marxista – aumentou a dimensão da pobreza e, mesmo, a hiposuficiência econômico-social de um Quarto ou, até, um Quinto Estado.


O Brasil já teve representações por estados, como demonstramos no livro História do Liberalismo no Brasil , e consta na Constituição de 1824 a extinção das corporações de ofícios. Uma vitória, portanto, da Revolução Francesa. Não entramos na discussão que se possa suscitar sobre representações tão díspares como essa, o que importa é acentuar as diferenças das representações.


Isto posto, lembramos que passando uma vista pelas representações populares no mundo vemos que um grande número de nações está em crise, como está em crise profunda o Brasil. Composta por mandatários inexperientes e incapazes, não resolvem e nem demonstram interesse por resolver os mais graves problemas nacionais, dentro os quais se destacam neste momento a transposição do rio São Francisco.


Concluindo, diremos que o Terceiro Estado passou de Quarto à Quinto, sem beneficiar a mudança da representação dos estados para os partidos.




Diário do Comércio (São Paulo) 21/10/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 21/10/2005