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Aposta no conhecimento

 

Países desenvolvidos que não estão felizes com os rumos da sua educação tomam providências imediatas. Foi assim nos Estados Unidos, quando o Japão emergiu como principal “tigre asiático”.


Agora, há de novo um clima de insatisfação, coincidindo com a posse do novo presidente, Bush.


Mesmo assim, como afirmou o pensador Peter Drucker, a educação abocanha parte importante do produto nacional bruto americano. Os Estados Unidos gastam anualmente cerca de US$ 1 trilhão em educação e treinamento. Seus líderes ainda acham pouco.


A preferência não será pelas escolas tradicionais, mas pela educação continuada de adultos. É aí que entra com a força o chamado ensino on line. São pessoas com mais de 40 anos que voltam a estudar, convencidas de que precisam modificar a forma de ver as coisas, além das suas competências. É assim que se compreende a verdade de que a aprendizagem deve ser por toda a vida, justificando-se os programas de reimersão, hoje fazendo grande sucesso.


Atualmente, nos Estados Unidos, 20% dos trabalhadores operam manualmente. Os outros 80% são trabalhadores-do-conhecimento, daí a necessidade da educação continuada, muito pouco presente nos cursos de formação de professores do nosso País. A internet representa uma alternativa de primeira qualidade, pois os alunos podem reunir-se em pequenos grupos, antes ou após o trabalho, para se beneficiar de um processo de aprendizagem via satélite.


Vantagem. A interatividade da educação on line tem representado uma vantagem sobre a sala de aula típica, sem que se pense em substituir o que é impossível: a educação tradicional. Trata-se de um ganho de acréscimos e aperfeiçoamentos, não de substituição, como temem muitos mestres pouco avisados. Mas o setor cresce e, por isso, existem hoje 90 mil cursos nos Estados Unidos, com faculdades e universidades proporcionando alguma forma de educação à distância. É um negócio que representa uma perspectiva de bilhões de dólares, para países como os Estados Unidos e a Inglaterra. As empresas que buscam uma educação de qualidade estão dispostas a pagar por isso. Não existe ainda facilidade para a distribuição de diplomas, mas Drucker afirma que logo a sociedade sucumbirá a isso.


Enquanto se pode estimar o futuro, nas grandes nações, cad vez mais beneficiadas pela propagação da globalização, para nós não resta alternativa que não seja a adesão completa à prioridade educacional. A formação de professores e o seu treinamento constante gozam de absoluta prioridade, devendo entusiasmar os que se encontram sacrificados pelo desânimo. Se o futuro aponta para a Sociedade do Conhecimento, não podemos estar fora disso.


 


Jornal do Commércio - Rio de Janeiro - RJ, 25/03/2001

Jornal do Commércio - Rio de Janeiro - RJ,, 25/03/2001