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O capital é cauteloso

 

Não há nada mais cauteloso do que o capital. Certo dia, na villa da Cote d’Azu, perguntei à governante onde ela aplicava suas economias, pois, acrescentei, o pé de lã do passado, dos romances do século XIX, já não existe; estamos na era dos computadores e do mercado de capitais, e das grandes empresas cotadas em Bolsa.


Respondeu-me Madame Berger, como se chamava ela, que aplicava em empresas do governo, nos bancos oficias, pois eles não podiam quebrar. E acentuou: "O que tenho me dá para a velhice; não quero aventuras com o dinheirinho". Ela disse que todos os franceses da classe média inferior faziam exatamente como fazia ela, desde que pôde poupar para os rain days , os dias da velhice.


Transferindo a posição de uma poupadora cautelosa com seu capital, pouco, mas o suficiente para garantir sua velhice, adicionada à aposentadoria, insisto, transferindo para o grande cenário nacional, temos a crise brasileira na mira dos grandes investidores internacionais.


Não tenho visto o conhecido e famoso húngaro Soros, que sabe investir e ganhar com sua experiência de mercados financeiros. Não duvido que Soros está esperando a chuva da crise brasileira passar para vir ao mercado brasileiro, que é excelente nos tempos de paz interna.


O capital é isso, a segurança como base e o rendimento como objetivo. Não há como fugir do esquema - é esse que deve ser levado em consideração no atual momento político brasileiro. Por enquanto temos os dias sombrios. Virão, logo, os dias claros e luminosos.




Diário do Comércio (São Paulo) 30/08/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 30/08/2005