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Lembrança da FAAP

 

Fui professor nas faculdades de Engenharia, Comunicação e Economia da FAAP durante dez anos. Indicado pelo professor Miguel Reale, então vice-presidente da Fundação, presidida pela sra. Lúcia Pinto de Souza. Iniciei minhas aulas depois de aprovado pelo Conselho Federal de Educação, em princípio de 1967, e deixei o magistério em 1976.


Tenho muitas e boas lembranças da época em que jovem, ou menos velho do que hoje, procurava transmitir aos jovens da novíssima geração que estudavam lá os meus conhecimentos hauridos em estudos contínuos feitos em vários cursos no Brasil e em outros países que eu freqüentava.


Devo confessar que muito ensinei, mas muito aprendi, com a juventude de hoje. Posso, mesmo, fazer uma idéia bem completa dela, tendo o convívio daqueles anos como base de observação. Mas está em livros o que aprendi e o que ensinei.


Posso afirmar que a Faap é uma das mais completas e mais sérias que mantêm o ensino superior no Brasil. São exemplares suas faculdades, pelo rigor do ensino, pela atualidade de seus professores, pelos trabalhos exemplares das classes, enfim, por tudo o que constituem a pedagogia moderna.


A sra. Lúcia Pinto de Souza e seu marido, professor Roberto Pinto de Souza e os demais diretores que compunham a diretoria da Fundação, não poupavam tempo para, com os companheiros de diretoria, manter o alto nível conquistado pelo ensino ali ministrado. Valha-me, pois, um elogio de minha parte ao que se fazia nos cursos da Faap.


No último dia 23 este jornal, com espírito de justiça dedicou uma página de um dos cadernos da edição ao fenômeno Faap, uma fundação que vai estupendamente bem. Recebi sua excelente revista sobre a exposição do tesouro dos czares. É mais uma realização da atual diretoria, presidida pela Sra. Celita Procópio de Carvalho, que se revelou grande promotora de cultura. Releva notar que a fundação foi constituída em obediência ao testamento de Lily Penteado, que executou a vontade de seu finado marido, o quatrocentão da velha elite paulista Armando Alvares Penteado, grande patriota, nutrido da cultura cosmopolita, que ele freqüentou durante anos seguidos.


Valho-me, pois, da minha coluna para louvar os empreendedores que deram impulso à Faap e a seus dedicados e esclarecidos sucessores, que mantêm a notabilidade da Fundação com inegável brilho.




Diário do Comércio (São Paulo) 01/07/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 01/07/2005