Os jornais têm publicado páginas inteiras de publicidade sobre a fusão da Ambev, fusão da Antártica e da Brahma, com a grande cervejaria belga Interbrew, produtora de uma das cervejas mais vendidas no mundo inteiro, a Stella de Artois, que não há turista que a desconheça. Essa fusão é, tipicamente, uma operação gigantesca, no sentido exato da palavra, pois cria, com as três unidas, a maior cervejaria do mundo e, mais ainda, comandada do Brasil, que dispõe de quadros para essa obra complexa.
No mesmo jornal, ou nos mesmos jornais que publicaram a informação das três grandes cervejarias, veio, também, a informação, menor evidentemente, da fusão de duas empresas de táxi aéreo. Vê-se que a idéia caminha e, em breve, por certo, teremos outras fusões, que vão fazendo do Brasil uma das sedes das grandes empresas e já concorrente de produtores como os Estados Unidos. Vem ao caso, a Bunge Alimentos, que está com sede em Nova York mas é hoje grupo brasileiro.
A economia de escala impõe iniciativas como essas, ou como a do ramo cervejeiro, pois a distribuição, o consumo, a concorrência e a força da propaganda organizada em termos modernos, impõe o aumento de clientela dos produtos. Em pouco tempo, a fusão de que resultou a Ambev, elevou o consumo de cervejas e refrigerantes, dando oportunidade às duas unidas atraírem uma terceira, a cervejaria belga, que forma com suas parceiras um trio maior do que a Heineken, e outras marcas famosas.
Registro com o maior entusiasmo sobre o desenvolvimento do Brasil, que depende, exatamente, de bem conduzida economia de escala, e vai levar os próprios agricultores de pequenas ou miúdas propriedades a se unirem em organizações maiores ou a fortalecerem o cooperativismo, para atenderem às solicitações do mercado, que cresce e apura melhor o acesso ao consumo de bons gêneros, como os que os japoneses e nisseis de Mogi das Cruzes estão produzindo. Estamos, pois, na era das fusões. Espera-se, para o bem.
Diário do Comércio (São Paulo - SP) em 09/03/2004
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