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A crise petista

 

Faz dias, na posse do ministro sujeito à sigla do PL - que não tem nenhuma relação com o verdadeiro liberalismo - o novo ministro pediu a demissão do ministro Palocci, com argumentos que só poderiam ser discutidos com o presidente em gabinete fechado, para não haver difusão indesejável junto a opinião pública. Mas, como é mais uma crise que o PT enfrenta, segundo comentamos aqui, foi tudo diante de muita gente e, provavelmente, o caso ficará por isso mesmo.


Mais uma vez, afirmamos que o PT passa por uma crise de formação, de crescimento, de vitória de seu chefe, e não sabe como sair dela. O primeiro-ministro José Dirceu já declarou há dias que não fala mais. É boa política. De resto, o poderoso ministro, que está se enfraquecendo dia após dia, já deveria ter ido fazer uma visita ao seu amigo e protetor Fidel Castro, que ganharia muito mais do que permanecendo no país, com a saraivada de críticas contra sua posição e força política.


Na realidade, política é isso mesmo. Quando menos se espera estoura um escândalo ou uma represa de intrigas, de malquerenças, de inconformidade e até com a falta de um cumprimento do presidente a um deputado obscuro que não foi visto e por isso não foi notado para o cumprimento. Isto já ocorreu várias vezes, dando origem a crises, que demoram, depois, para serem julgadas e apaziguadas, no interesse do partido, cindido sem motivo.


Em suma, o PT pode vir a ser um grande partido, se souber organizar-se. Em artigo há dias, fizemos observações a respeito. Falta ao partido o líder político, não o eleitoral, como foi no pleito o presidente Luís Inácio Lula da Silva. Sem um líder, ou seja, sem a força catalisadora que junte todas as alas, e as nivele num só denominador, o do interesse partidário, o PT não mais vencerá, ainda que tenha as rédeas do poder nas mãos. Deu apenas uma lição, que poderá ou não ser assimilada.


 


Diário do Comércio (São Paulo - SP) em 22/03/2004

Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, 22/03/2004