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O crime organizado

 

Não duvidamos que o governador Geraldo Alckmin esteja seriamente preocupado com o crescimento do crime organizado em São Paulo e já se espalhando pelo interior, onde os traficantes vendem veneno para milhares de jovens e até de adultos.


Na realidade, basta o costume de cada paulista, com a cautela nas ruas, na condução dos automóveis e na restrição de visitas à noite, para termos o retrato do crime em sua evolução, de algumas ocorrências ao volume de hoje em dia. Morrem jovens por crime direto e por balas perdidas. São invadidas casas comerciais, bancos, escritórios e rouba-se escandalosamente.


A vida perdeu o valor. Os criminosos não querem saber nem mesmo de olhares e de palavras de tentativa de convencimento da parte dos escolhidos para morrer, como ocorreu com o farmacêutico de Araçatuba, no Guarujá. Mata-se como quem mata um rato, mata-se para ver como cai a vítima, mata-se pelo simples prazer de matar. É aonde chegamos na cidade e no interior. Uma verdadeira calamidade, que precisa ter um paradeiro.


Sabemos, pelas notícias dos jornais, captadas na fonte, que no governo há preocupações. A polícia faz o que pode, estando equipada pelo governo atual para enfrentar os criminosos, a maioria deles alunos de velhos autores de mortes com prisão decretada e tempo para ensinar os mais jovens como se deve fazer para dominar os habitantes assustados, obrigados a sair de casa para trabalhar e ganhar a vida, pois têm família para sustentar.


É triste a situação, é mesmo mais do que triste, pois aparentemente não há como pôr obstáculos a essa onda agressiva e perigosa, tema, exatamente, de filmes de terror.


A população sente-se desprotegida, quando, na realidade, o governo atual procura dar-lhe proteção. Mas, em número, em audácia, em ataques de surpresa, os criminosos estão ganhando da polícia. Os soldados da Polícia Militar fazem o que podem, os carros policiais rodam pelo Estado inteiro, porém muito mais pela capital, mas os criminosos sabem como fazer para levar vantagem.


Enfim, uma situação que tem de ser paralisada para sossego da população e proteção da vida de habitantes de todas as idades, para saírem de casa e voltarem, sem medo de ficar no meio do caminho, estendido, morto. É querer o possível para o governo, que só ganhará o reconhecimento da população.


 


 


Diário do Comércio (São Paulo) 03/05/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 03/05/2005