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O impostismo

 

Quando inauguramos a fase atual do Diário do Comércio, fizemo-lo com uma ofensiva vigorosa contra o excesso de impostos que pesam sobre todas as classes do País, porém muitíssimo mais sobre as classes menos favorecidas, porquanto os impostos são iguais para todos os contribuintes.


A reação foi imediata, pois a campanha teve êxito notável, aderindo a ela a totalidade dos comerciantes e industriais que sentem o peso dos tributos sobre os preços, portanto, sobre as mercadorias postas à venda. Como acompanham os leitores do jornal, não paramos, nem vamos parar enquanto não atingirmos a nossa meta.


Que meta, hão de perguntar os desolados e desconsolados pagantes, que somos todos nós, os brasileiros?


A meta é adequar os tributos á capacidade aquisitiva do povo brasileiro. Temos que acelerar o desenvolvimento, mantê-lo estável durante alguns exercícios, enxugar a máquina administrativa do excesso de burocratas inúteis que estão empregados nas tetas da vaca estatal apenas por fazerem trabalho eleitoral para os mandões do momento. A meta é, portanto, elevar a renda de classes pobres, estabelecer a possível, ainda que difícil, quase igualdade das classes menos favorecidas e deixar que os magnatas contribuam para os impostos, mas, também, com disposição para a grandeza econômica do país.


Não estamos morando na Ilha da Utopia , como podem pensar os burocratas e tecnocratas e afilhados dos poderosos do alto mando, por sabermos que a nossa situação é difícil e não se muda sua estrutura de um dia para o outro, mas também não será ela mudada de um ano para o outro se o que interessa ao governo da República é a reeleição. Que tanto seduz os ocupantes dos palácios governamentais.


É isso o que temos feito depois que iniciamos a fase atual. É isto que fazemos neste jornal, com obstinação, seu símbolo o modo objetivo. As adesões ao nosso programa jornalístico aumentam a cada dia. Bom sinal. Mas ainda falta muito, pois temos de mudar, primeiro, a mentalidade dos burocratas que nunca pensam no País, mas nos seus interesses, principalmente no sacratíssimo salário, que percebem individualmente, cento e cinqüenta vezes o salário mínimo, antes uma esmola do que um salário digno do trabalhador.


Vamos, pois, continuar, como sempre, com empenho em vencer. É o que esperamos.


 




Diário do Comércio (São Paulo) 04/05/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 04/05/2005