O saudoso Assis Chateaubriand, que faz muita falta no Brasil da era luliana, lançou a idéia de construir no Brasil uma réplica da Ecole de Chartes , da França, para formação de líderes políticos, a fim de fortalecer a nossa frágil democracia. Logo depois sofreria o derrame que o imobilizou no leito durante oito anos, e todos os seus ideais, entre eles o da Escola de Líderes, foram por água abaixo. Morto em 1968, seu amigo Austregésilo de Athayde e companheiro quis reviver a idéia, mas inutilmente o fez. Não houve possibilidade.
Essa Escola de Líderes seria de extrema valia, pois o que nos falta é, exatamente, uma quantidade de líderes autênticos, bem formados intelectualmente e tecnicamente, para atuarem no Congresso, nos partidos, nas escolas de vários destinos, para melhorar a nossa estrutura política e, consequentemente, econômica-financeira, social e as demais, das quais o nosso povo carece, para ter uma vida melhor e mais feliz ou menos infeliz do que a atual, com todas as promessas demagógicas que o confundiram.
Não há duvida que está faltando ao Brasil de nossos dias uma formação intelectual e técnica de líderes autênticos. Temos vivido de improvisações, mandando, pelo voto direto e secreto, mal formados homens públicos, que nos brindam, quotidianamente, com leis mal feitas, sem vínculo com a natureza sócio-psicológica da formação de nossso povo, como as atuais instituições, inclusive, em primeiro lugar, a Constituição dos miseráveis, até hoje inacabada.
Será um grande brasileiro, que nos permitiremos ajudar na medida das nossas posssibilidades, o que levantar a bandeira hoje por terra, da formação de líderes, como fez a França. Como têm a Inglaterra, os Estados Unidos, a França, a Alemanha, a Itália e outros países que seria longo citar aqui. Enquanto não tivermos uma Escola dessa natureza, não teremos uma autentica democracia, que funcione não a trancos e barrancos, mas normalmente como um costume. É o que pensamos a respeito.
Diário do Comércio (São Paulo - SP) 05/05/2004
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