Foram poucos os autores da derrubada do Império do Mal, como ficou conhecido, graças a Reagan, o Império Soviético. O primeiro foi o papa João Paulo II, com a ajuda de Lech Walesa, depois foram Reagan e madame Thatcher e, finalmente, a adesão das massas exploradas pelos senhores do mundo vermelho simbolizado pelo Kremlin. Estava fundo o comunismo, em pouco tempo. Ficaram, apenas, os nostálgicos, como os temos aqui, mas são poucos e inúteis.
Reagan morreu. Matou-o o mal de Alzheimer, que o prendeu ao leito ou à cadeira de balanço durante anos, depois que deixou a Casa Branca. Comunicador incomparável, técnica adquirida em Hollywood, quando foi ator de cinema, em geral de filmes, com um só de categoria, ao que me lembre. Não tenho dúvida que James Bryce, autor de The American Commonweath , colocaria Reagan entre os grandes presidentes dos Estados Unidos, em lugar de classificá-lo como medíocre, que ele não foi.
O mundo estava, na realidade, dominado pelo socialismo soviético e pela social democracia que se engajara no sovietismo, embora disfarçasse não pouco para não aparecer como tributária dos vermelhos do Kremlin. Foi quando Reagan elegeu-se pelo Partido Republicano e começou a agir. Abriu os Estados Unidos ao mercado mundial e, com seu país, os demais, que seguiram o exemplo do grande comunicador. Foi a primeira vitória.
Depois vieram as outras, das quais a maior foi a Guerra das Estrelas, com a qual levou de vencida a prepotência soviética, incapaz de seguir a grande nação americana. Reagan trabalhava pouco, mas o pouco que trabalhava dava para fazer do mundo um outro mundo, com a parceria da Dama de Ferro, o exemplo do mundo, e no Vaticano o papa João Paulo II, minando o comunismo com sua ação de grande estrategista, embora nunca fosse soldado. O herói parte e deixa o exemplo. Merece que todos os democratas do mundo façam a reverência a esse herói do mundo moderno.
Diário do Comércio (São Paulo - SP) 09/06/2004