Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > A reforma universitária

A reforma universitária

 

Mais um seminário nacional promovido pelo UniFMU, com apoio do Instituto Metropolitano de Altos Estudos (Imae), foi realizado em São Paulo. Durante um dia inteiro, especialistas discutiram o tema “A reforma universitária e o desenvolvimento brasileiro”, para chegar à redação da “Carta de São Paulo - Educação”, com a qual se busca a adesão da sociedade, diante da tragédia em que se vai configurando a nossa pedagogia.


Algumas conclusões podem ser enunciadas, dada a sua rigorosa unanimidade. Por exemplo, “Educação, ciência, tecnologia, mudanças econômicas e atendimento às necessidades sociais são elementos que não podem ser analisados separadamente. A educação deve ser aperfeiçoada em todos os graus, sem esquecer a erradicação do analfabetismo.”


Sugeriu-se que a mesma atenção fosse dada à reformulação dos projetos pedagógicos e a valorização do professor do ensino básico, por meio, entre outros, de remuneração condizente com suas responsabilidades diante do educando e da sociedade. É preciso cuidar das próprias condições da educação superior, em especial das licenciaturas, indispensáveis à qualificação docente.


O nível dos alunos que procuram o vestibular, com as naturais exceções, em geral é deficiente, em virtude da precariedade do ensino básico. E no ensino superior, como providência primordial, é preciso implementar a autonomia financeira, didática e administrativa da universidade, tal como previsto na Constituição e nas universidades estaduais de São Paulo.


Para logo acrescentar, no documento elaborado: “Às instituições universitárias privadas, em suas diferentes configurações, que, por sua natureza, já detêm autonomia financeira, é essencial que seja assegurada autonomia didática, para atender, com a flexibilidade necessária, à demanda crescente dos jovens, por formação adequada à aguda competição vigorante no mercado de trabalho da economia globalizada.”


Deseja-se, pois, ampliação de vagas, melhoria da qualidade do ensino e consolidação e avanço dos ganhos já obtidos na pesquisa. Nenhum desses aspectos pode ser colocado de lado e, ainda por cima, devemos lutar na defesa de um processo de aperfeiçoamento contínuo, vinculado às necessidades de desenvolvimento do País e do seu povo.


“A Carta de São Paulo - Educação”, reconhece o empobrecimento do povo, o que torna imprescindível ampliar a oferta de bolsas e diversificar as fontes de financiamento para os programas de crédito educativo. E mais uma referência ao ensino particular: “É desejável que as instituições privadas sejam estimuladas a integrar, com maior intensidade, os esforços nacionais para o incremento da pesquisa, a produção de novos conhecimentos e a promoção da educação que o País almeja e precisa.”


O Brasil tem a menor relação universitária por habitante da América Latina (11 por 1.000). Falta a identificação da qualidade desse desempenho. Isso tudo junto, francamente, compõe um quadro de enorme desafio.


 


Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) 21/06/2004

Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ), 21/06/2004