Deixou-nos pela morada do Pai, Deus Nosso Senhor, um dos maiores papas da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. O Espírito Santo sabe o que faz. Quando tirou do frio um desconhecido cardeal, que tinha, no entanto, o carinho de seus fiéis, tinha nomeado o chefe da Igreja que iria realizar a obra máxima do nosso tempo, a destruição do comunismo, da pátria dos Sem Deus, de conspurcação da moral, nos setenta anos que durou sua tirania.
Ninguém, nenhuma sondagem de opinião citou, uma só vez, o nome de Karol Wojtyla como provável chefe da igreja e da promoção espiritual que tanto ainda carece o nosso mundo, intoxicado pelo mal.
Karol Wojtyla, como papa João Paulo II, teria de realizar a obra que lhe destinou o Espírito Santo: sanear a Igreja da invasão do mal sob formas profanas de doutrinas malsãs, todas expedidas da antiga União Soviética através das quintas-colunas espalhadas por todos os países. Karol Wojtyla fez o que lhe incumbia, pois no dia em que foi eleito, nesse dia começou a cair o comunismo, a mais sinistra forma do mal na história, no século passado. Conquistando, por sua ação, apoios poderosos, chegou onde queria, na queda do muro de Berlim, na destruição da União Soviética e na restauração, que não pode completar, da democracia com as liberdades que constituem os seus pilares. Sua herança para os povos é, por isso, pelo que foi realizado durante o seu longo exercício do poder papal e da sucessão dos apóstolos, é imensa, teria que aumentar com sua história a História dos Papas, de von Pastor.
Todas as encíclicas de João Paulo II foram baseadas na doutrina multissecular da Igreja, na pregação de seus Padres e Doutores na unidade que não deixa a fé tombar como inutilidade que os seus inimigos sustentam como agentes do mal. Karol Wojtyla, no século, e João Paulo II, na Igreja, fulminou com sua palavra, todas as contradições erguidas ao longo dos séculos contra o primado de Jesus Cristo na Igreja que fundou sobre a pedra que era Pedro, para cuja fraqueza o próprio Cristo deu o perdão, reconhecendo a fraqueza da natureza humana.
Partiu, neste início de século, o papa que foi dos maiores da linhagem da Igreja. Não se comparam os papa, ainda que inimigos de um ou outro os queiram arrasados perante a opinião pública, roga uma dessas forças, contra as quais é temeroso lutar. Papa corajoso, foi salvo pelo Espírito Santo, quando um criminoso de aluguel a soldo dos soviéticos, tentou matá-lo e não o conseguiu. A obra de João Paulo II estava no meio e sua vida era preciosa. O Espírito Santo a conservou. Esse e outros inimigos, dos quais a história não guardará os nomes, serão pó que o vento varre, enquanto o grande pontificado de um dos mais atuantes papas da Igreja será lembrado como vigário de Cristo e seu delegado na terra. Como a coluna da bondade, da fé que remove montanhas e da vitória do espírito sobre as contradições do ateísmo, que acolhe ao nada os destruidores da fé.
Paz à alma de João Paulo II. O Espírito Santo que nos dê um sucessor que o lembre.
Diário do Comércio (São Paulo) 04/04/2005