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A expansão da democracia

 

O Destino Manifesto simboliza e significa a missão que se impôs os Estados Unidos de instaurarem a democracia em todos os países do mundo. O Iraque foi um exemplo de que os Estados Unidos se arrogaram essa missão e a estão cumprindo. Uma exceção foi e continua sendo Cuba. Os Estados Unidos recuaram em Cuba desde a dramática noite em que Kennedy resolveu bombardear a ilha se não fossem retirados daquela potência comunista do Caribe, se ela não perdesse os armamentos nucleares.


Somos de opinião que é tremendamente difícil os Estados Unidos cumprirem sua missão, que se fortaleceu através dos anos, e que os presidentes emanados do Destino Manifesto , e são todos - inclusive um católico, Kennedy - que acompanharam a missão religiosa que desembarcou nos Estados Unidos da May Flower e até hoje está viva, como pudemos constatar com a eleição de George Bush.


Mas uma coisa é pretender dotar o mundo do regime democrático, que seria a felicidade de todos os povos, e outra coisa é realizar. Como realizariam essa obra de expansão, que exigiria muito mais do que possuem, os Estados Unidos?


Vimos que não foi possível a Truman reverter o regime do Japão, substituindo o imperador por um presidente. Seria uma enormíssima besteira de Truman.


Muito bem fez o grande general Douglas McCarthy, mantendo o trono e todo o ritual da monarquia mais antiga do mundo. Hiroshito ficou e o Japão tornou-se uma das grandes potências do mundo, inclusive enfrentando com seus automóveis a poderosíssima General Motors.


Além do mais, são várias as acepções de democracia, inclusive dentro, mesmo, dos Estados Unidos e de seu Destino Manifesto , de seu presidencialismo.


A ambição dos Estados Unidos é, como se vê em trabalhos de seus estudiosos, é a de fazer o mundo todo democrático. Muito bem. Um ideal, somente que não factível. Entendemos que não há nada mais difícil do que mudar a face da terra. A estrutura política e social das nações com o poder militar à mostra, pois a grande potência americana tem perdido, como se deu no Vietnã e está se dando no Iraque, onde a situação se tornou cada dia mais difícil, com muitas baixas nas forças da potência estrelada, e a proposta de uma democracia à americana ficar mais longe do que esperavam e esperam os líderes dos Estados Unidos em política.


O mundo é composto de nações e de nações continuará. Não haverá somente uma nação mais poderosa impondo sua vontade e seus planos. Seria o ideal uma única democracia abrangendo todo o mundo. Mas isso é tremendamente difícil. Mesmo utópico, até mesmo para o Destino Manifesto e um rico passado de grandes realizações.


 


 


Diário do Comércio (São Paulo) 06/04/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 06/04/2005