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Os novos mascastes

 

A revista Veja São Paulo publica uma reportagem muito interessante. Mostra algumas jovens mulheres comerciando na Índia e em outros países do Oriente. Todas são donas de muito charme, e, pelo sucesso alcançado até agora com suas vendas a clientes avulsos, triunfantes.


Não direi que sejam judias, mas, provavelmente, têm nas veias sangue judaico, pelo número elevado de cristãos novos que viveram no Brasil no período colonial e, mesmo, já na monarquia. O professor José Gonçalves Salvador, grande "expert" em cristãos novos, é quem deve ser consultado, por pesquisadores interessados, sobre esses novos mascates, como os chama Veja São Paulo , pela técnica de vendas que usam e pelas vendas que fazem.


É esse um novo Brasil, que, de um lado, está se tornando um dos maiores exportadores de grãos do mundo e, de outro, um exportador de produtos industrializados, com os quais faz caixa para o pagamento de dívidas, enquanto as brasileiras e os brasileiros, também eles, conseguem formar um rol elevado de clientes aos seus produtos, que vão de artigos de luxo a outros de modesto valor, mas de intenso consumo.


Calha bem, portanto, o que informa a revista, a expressão mascates do século XXI , pois o que eram no começo do século passado os mascates de lombo de burro e de vendas pessoais repete-se agora, com elegância e beleza, pois são todas elas, as vendedoras, excelentemente apresentáveis.


Esse é um Brasil novo que se apresenta ao mundo como um continente de oito e meio milhões de quilômetros, com produtos de agricultura e da indústria capazes de suplantar o de outras procedências, até mesmo de grandes exportadores como os Estados Unidos e o Japão. Merecem aplausos essas negociantes. Ou essas mascates de bom tom e de charme, pelo que vêm fazendo no interesse pessoal, evidentemente, e no interesse da nossa balança comercial, que se torna opulenta.


 


 


Diário do Comércio (São Paulo) 19/04/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 19/04/2005