Excelente entrevista concedeu ao O Estado de S. Paulo o ministro Roberto Rodrigues. Apresentar esse agricultor é inútil. Ele é mais conhecido que o apresentador. Mas citá-lo é necessário, sobretudo pelos conhecimentos que armazenou em sua vida de agricultor, como pelo bom senso de que é dotado. É um dos excelentes ministros do governo Lula, que desfaz a má impressão dos maus ministros, a maioria do corpo de colaboradores de Lula, o presidente.
Acentua o ministro Roberto Rodrigues que o Brasil chegou à liderança de seus produtos do agronegócio. O ministro citou o algodão e o biodiesel, nos quais estamos montados para desafiar a potência agrícola que são os Estados Unidos, até há poucos anos o primeiro nesses produtos ou, principalmente, no algodão, mais produtivo do que nós e do que o Egito, que possui o melhor algodão do mundo. Se chegamos a essa posição no agronegócio, iremos mais longe ainda neste ou no próximo ano.
Disse, ainda, o ministro Roberto Rodrigues que o agronegócio cresceu espetacularmente nos últimos anos, muito mais depressa do que o governo tem capacidade para acompanhá-lo. Evidentemente, o ministro não fala, dada a sua posição, mas é a burocracia, é a partidocracia, é a ambição dos companheiros de Lula, que o presidente não sabe vencer e afastar de postos de comando e de nomeação inútil de cabos eleitorais e outros fantasmas da política partidária.
O ministro Rodrigues quer, ainda, e com razão, a indicação das pastas de agricultura e pecuária. É como o seu titular vencerá concorrências e imporá o Brasil como o primeiro pais do mundo em agricultura. Basta ocupar o cerrado inteiramente e transformar o Nordeste de um deserto em terras fecundas, o que é perfeitamente possível, e teremos o Brasil em primeiro lugar na agroindústria e, com os recursos daí advindos, nós nos tornaremos uma grande potência, vindo a integrar o G8. Vê-se que não é difícil, como o demonstra o ministro, com as palavras de um técnico bem conhecido e respeitado.
Diário do Comércio (São Paulo - SP) 15/07/2004