As montadoras de todos os veículos estão fazendo intensas e caras campanhas para vender seus produtos, os carros que todos querem possuir, quando não os têm, é o que nos informam os dirigentes dos suplementos de carros no mercado. O mercado secundário também está altamente freqüentado aos domingos e não são poucos os compradores de carros usados, a maioria das marcas conhecidas e, quando lhes é possível identificar, o último dono, que lhes constitui uma garantia.
É sabido pelas informações dos jornais especializados que a GM, durante muitos anos a primeira empresa do mundo em faturamento e lucro, está entrando na fase amarela, para não cair no vermelho. Seu esforço para se manter e enfrentar, entre outros montadores, o Japão, que lhe lançou, mesmo, um desafio, o de vender mais e melhor, demonstra o que é o mercado de automóveis. Se for possível imitar o que quis Hitler - que nos perdoem os leitores a sinistra evocação -, que mandou fabricar o Fusca para cada alemão ter um carro. Muito bem. É uma iniciativa, que, ao menos essa única, atendeu ao objetivo.
Mas, no que nos diz respeito, os automóveis são muito caros no Brasil. Estão muito acima da capacidade aquisitiva do povo brasileiro. Até mesmo o mercado secundário sofre pela alta dos preços cobrados. Seria preciso serem mais comedidos os montadores de veículos, para aumentar o acesso a eles e as empresas venderem mais. Damos um exemplo de preço alto.
No último número da famosa revista The Economist a GM fez publicar uma página inteira do mais luxuoso carro da empresa, o famosa Cadillac. O preço, simplesmente 41 mil em dólares americanos, menos de 70 mil reais. Isso, se comparado com, por exemplo, o Omega, da mesma empresa, chama a atenção do interessado pela diferença brutal entre os preços de lá e os de cá. É no que devem pensar as montadoras, que fazem propaganda intensa para vender, mas a preços maiores do que os americanos. É o cúmulo. Ou não é?
Diário do Comércio (São Paulo) 23/03/2005