Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > Mulheres na política

Mulheres na política

 

Tem o latino-americano, ou mais apropriadamente o latino, a fama de ser falocrata. É uma fama antiga, que entra ano, sai ano, persiste em se manter, embora a ascensão da mulher a cargos políticos da administração pública seja cada vez mais evidente e com mais possibilidades de se repetir em países ainda avessos ao feminismo triunfante.


Tivemos no século XIX a regência do Império pela Princesa Isabel, que numa das vezes em que substituiu o imperador assinou a Lei Áurea, para a extinção da nefanda escravatura. Na Argentina, sua história registra duas mulheres com preponderância política: Evita, mitológico ídolo dos descamisados, foi mais que Perón, seu marido, pois dominou o cenário político e até mesmo o artístico. Ainda na Argentina, uma presidente assumiu o poder e o exerceu, Isabelita, imposta por seu marido Juan Perón. Na Nicarágua, Violeta Barrios de Chamorro foi eleita presidente da República e promoveu o retorno do país às franquias democratas, embora com muitos obstáculos a vencer, por ser longo o discricionarismo na América Latina.


Nas monarquias européias as mulheres têm brilhado: na Inglaterra, Vitória, a imperatriz da Índia; na Rússia, a grande Catarina II, com a sua disposição para mandar e para admitir amantes em seu leito. Na França, apesar da Lei Sálica , houve mulheres que brilharam, como, por exemplo, a Madame de Maintenon, ao lado de Luís XIV e outros que deixo de citar.


O que acaba de ocorrer com a presidente chilena recém-eleita Michelle Bachelet e mesmo no Brasil, depois do novo Código Civil - obra de grandes juristas brasileiros, sob a presidência do eminente Professor Miguel Reale - é que a mulher se destaca em igualdade de condições. Esperemos que esse mundo melhore sob a inspiração, a participação e a colaboração da mulher, que embeleza o mundo.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 24/1/2006