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Comércio fechado a tiros

 

A rua 25 de Março não tem similar em nenhuma capital do mundo, nem mesmo a Garment Street de Nova York pode lhe ser comparada. Nem de longe. Na 25 de Março operosas coletividades de sírios, libaneses, egípcios, turcos e outras etnias realizaram a façanha extraordinária de fazer funcionar o maior souck ou shopping center, ou grande armazém, onde milhões de pessoas periodicamente se abastecem de tecidos de várias qualidades e vários preços. Pois esse universo comercial grandioso foi abalado recentemente por dois episódios violentos, um deles pela explosão de bomba de manufatura doméstica e o outro pelos tiros que levaram à morte um camelô, um transeunte e feriram um policial.


O governo do Estado tem o dever de manter nessa área de intenso comércio, de valiosa circulação de mercadorias, um policiamento ostensivo que desencoraje tentativas de desordem e promovam a debandada de fregueses das lojas estabelecidas nesta geografia econômica chamada 25 de Março.


Não há dúvida de que por trás dos tiroteios e da bomba que explodiu há invejas, ciúmes, vinganças e intolerância, pois os comerciantes têm capitais elevados investidos nos negócios e não podem correr o risco de perdê-los em conseqüência da ação perversa de indivíduos que se dispõe a provocar desordem.


A rua 25 de Março é um patrimônio histórico da cidade de São Paulo. Sua fama atrai fregueses das mais distantes regiões do território nacional. As transações somam milhões de reais, não devendo, portanto, correr riscos pelo motivo de falta de segurança.


Registrando a dramática ocorrência e comentando, como fazemos, queremos chamar a atenção para o dever do Estado em garantir segurança para comerciantes e clientes, responsáveis por uma parcela considerável do desenvolvimento nacional.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 13/2/2006