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Pesquisas e candidatos

 

Escrevi nesta coluna que deve se considerar o candidato Luiz Inácio Lula da Silva animal ferido, mas não vencido. Em artigo, meu colega José Nêumanne escreveu mais ou menos a mesma coisa, porque não se deve considerar o candidato a reeleição perdido pelos escândalos políticos e por sua paixão de ambulante em avião moderno.


A última pesquisa de opinião divulgada dá Lula um pouco à frente de José Serra. Quem conhece pesquisa de opinião sabe que elas não são dogmáticas, podem variar e têm variado, mas quem observa as candidaturas, as suas possibilidades e as tendências do eleitorado, considera Lula e Serra candidatos fortes e o presidente um candidato perigoso para o seu eventual opositor, Geraldo Alckmin ou José Serra.


Um candidato como Lula, com uma carreira política já considerável, é candidato para um contendor temer, assim como candidatos como Serra ou Alckmin também devem ser temidos, por terem figurado em cômoda posição nas pesquisas.


Eleição é sempre precária, como me disse muitas vezes em conversa Jânio Quadros, que era mestre em eleições. Evidentemente, as pesquisas são apenas indicativas e não definitivas sobre as candidaturas ou sobre as manifestações de opinião. É preciso levar em conta vários fatores que influem na escolha dos candidatos pelos pesquisados, sobretudo porque temos um eleitorado com vasta porcentagem de indecisos até mesmo diante da cabine de votação.


Quero dizer que tanto pode ganhar a eleição o candidato Lula, com o poderio da máquina administrativa a seu favor, como os candidatos José Serra ou Geraldo Alckmin, com nome e passado político incontestavelmente brilhantes, pela ética e pela demonstração de consciência democrática.


Sobre pesquisas eleitorais, neste momento, é o que eu tenho a dizer.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 16/2/2006