A Amazônia já foi denominada Inferno Verde. Romancistas como Ferreira de Castro e outros notáveis pela fabulação no enredo, procuraram incutir na consciência dos leitores de suas obras a importância da Amazônia, científica, econômica e social.
Não se sabe quantos produtos medicinais poderiam ser obtidos por plantas ainda não submetidas à análise de laboratórios e classificadas com método. Mas é de se supor que a Amazônia é um vasto acervo de plantas que devem servir como base para medicamentos que estejam a serviço da humanidade, em algumas das várias moléstias sem cura. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso escrevi vários artigos sugerindo a criação de um exército para a Amazônia, afim de que, com força armada, impedir o verdadeiro vandalismo que se denomina ilusoriamente Conquista da Amazônia .
A consciência de que a Amazônia tem um valor próprio, econômico, científico e social, não precisa ser feito, porque já está feito. Há uma consciência ativa, viva e patriótica de que é preciso salvar a Amazônia das funestas ocupações territoriais que estão substituindo as riquezas vegetais por explorações em fazendas de gado e agricultura. A Amazônia é um patrimônio nosso, mas também é um patrimônio da humanidade, sobretudo no seu aspecto científico, que pode ser descoberto e aproveitado de seu riquíssimo acervo florestal.
A população da Amazônia, embora pequena para a extensão do território amazonense, está consciente da importância em escala mundial da riqueza geral que é a Amazônia. Ela colaborará sem dúvida com o governo que tomar a iniciativa de impedir que continuem a devastação da Amazônia, que é a devastação de uma riqueza considerável, até hoje não avaliada.
Condene-se, pois, a devastação da Amazônia.
Diário do Comércio (São Paulo) 02/03/2006