Esse caso do general Francisco Albuquerque, que levou dois passageiros de um vôo da TAM a desembarcarem, deve ser encerrado. E os dois passageiros que deram lugar ao general e a sua esposa devem ser classificados como pessoas cordiais, que muito animam a lisonja brasileira. Quanto ao general e aos funcionários da Infraero, todos cometeram vários equívocos sobre as reservas em si, as bagagens e finalmente o embarque.
Disse o general que tinha deveres a cumprir em Brasília. Aceitemos a afirmação do maior interessado; todos nós sabemos como são disciplinados os membros da Força Aérea Brasileira (FAB). Se o general tinha deveres e não podia estar presente no local aprazado, escolheu o transporte aéreo de uma companhia regular para não deixar de cumprir o seu dever. Foi isto que ele fez. Se não fez reserva há mais tempo é porque não contava com a superlotação do vôo.
E videntemente, há passageiros privilegiados, como um general, com deveres inadiáveis a cumprir, que deveriam ter a cautela de fazer a reserva de assento para não ter a surpresa causada pelo overbooking , numa época e num dia de muitas viagens.
Os funcionários da Infraero foram exemplares com a alta patente em questão e sua esposa, fizeram o possível para atendê-los e conseguiram, mediante a boa vontade de dois passageiros cordiais. A companhia de aviação fez o possível para atendê-los, reconhecendo que um militar brasileiro de alta patente não iria usar palavras inadequadas para obter embarque em um avião. Tudo bem, isto está esclarecido. Tudo não passou de alguns equívocos e a Imprensa registrou o fait divers .
Está ai o que eu penso sobre os assentos para o general. Tenho dito!
Diário do Comércio (São Paulo) 13/03/2006