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O fim da pobreza

 

Uma das utopias que têm preocupado estudiosos dos problemas humanos e sociais, a que mais aflora entre os estudiosos, é a do fim da pobreza. Segundo o Evangelho, pobres sempre os teremos . Quer isso dizer que não se deve imaginar o fim da pobreza. Os céticos em várias questões como eu são dessa ala, outros crêem que a economia bem conduzida por governos e líderes, políticas sociais e econômicas, darão fim.


Lembremos a propósito que na mais rica das mais bem organizadas sociedades do mundo, os EUA, uma porcentagem razoável de sua população vive indignamente abaixo do nível da pobreza, embora esse nível tenha sentido americano e não brasileiro. O livro do economista Jeffrey Sachs é aperitivo; é um prazer que um economista muito conhecido e citado se preocupe com esse problema, que vem de séculos.


Todos os papas se preocuparam com a pobreza, muito mais à partir do Século XIX até nossos dias. Apesar do desenvolvimento extraordinário das divisões econômicas, a pobreza está sendo um fardo duro de ser conduzido ao seu fim. Não é o fardo do homem branco de Rudyard Kipling, é muito mais; é fardo de todos os homens, de todas as mulheres, de todas as raças, que devem pugnar para expulsar do círculo da humanidade um mal que provoca azedumes, infelicidades, misérias morais, quando a pobreza se amplia no meio familiar.


Louvo sem hesitação o conceituado economista Jeffrey Sachs. Um idealista que se põe a serviço desse ideal, o fim da pobreza, com a qual não gostaríamos de contar no mundo.


O fim da pobreza, que belo ideal. Fiquemos solidários com Jeffrey Sachs, mas sem esperança de alcançarmos, nós ou os nossos sucessores na carreira da vida, o fim da pobreza.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 15/03/2006

Diário do Comércio (São Paulo), 15/03/2006