O Acadêmico Moacyr Scliar, 73 anos, gaúcho, morreu na madrugada deste domingo, 27 de fevereiro, no Hospital de Clínicas em Porto Alegre, devido à falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado neste mesmo hospital desde meados de janeiro, vítima de um AVC (acidente vascular cerebral).
Logo depois do AVC, o escritor foi submetido a uma cirurgia para extirpar o coágulo que se formou na cabeça. Depois da cirurgia, ele ficou inconsciente no centro de terapia intensiva.
O quadro chegou a evoluir para a retirada da sedação, mas no dia 9 de fevereiro o paciente foi abatido por uma infecção respiratória e teve de voltar a ser sedado e à respiração por aparelhos.
Por causa da idade, os médicos evitaram fazer prognósticos sobre a recuperação do escritor.
O Presidente da ABL, Marcos Vilaça, declarou: "Foi um acadêmico múltiplo, atuava na ABL, com a ABL, pela ABL. Trabalhador incansável da cultura, Moacyr produziu uma obra respeitável e de grande poder de comunicação com o leitor. Ser humano agradabilíssimo, ele vai nos fazer muita falta e deixa enorme saudade".
Vilaça designou o Acadêmico Domício Proença Filho, Primeiro- Secretário, para representar a ABL nas cerimônias fúnebres.
Logo ao tomar conhecimento da morte de Moacyr Scliar, Marcos Vilaça determinou que a ABL guarde luto de três dias e também que a bandeira acadêmica seja hasteada a meio mastro.
O corpo do acadêmico foi velado velado no domingo, 27 de fevereiro, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a partir das 14h. O sepultamento aconteceu hoje, 28 de fevereiro, no Cemitério Israelita de Porto Alegre, em cerimônia reservada a familiares e amigos. Moacyr Scliar deixa esposa, Judith, e um filho, Roberto.
A Sessão de Saudade foi realizada pela ABL no dia 1º de março, terça-feira, a partir das 16h. Na ocasião, os acadêmicos presentes falaram sobre a vida e obra do escritor gaúcho. Ao final, foi declarada vaga a cadeira nº 31, inaugurando-se o processo sucessório. O prazo de recebimento de inscrições é de sessenta dias. Trinta dias após esse período, a ABL marcará a data para a eleição do novo acadêmico.
Autor recebeu três vezes o Prêmio Jabuti
Autor de mais de 70 livros, entre romances, contos, crônicas e ensaios, Scliar recebeu três vezes o Prêmio Jabuti, a mais tradicional distinção literária do país: em 2009, pelo romance "Manual da paixão solitária" (eleito melhor romance e melhor livro de ficção daquele ano); em 1993, pelo romance "Sonhos tropicais"; e em 1988, pelo volume de contos "O olho enigmático". Pelos contos de "A orelha de Van Gogh", ganhou o prestigioso prêmio Casa de Las Américas em 1989. Também recebeu o Prêmio José Lins do Rego, da Academia Brasileira de Letras, pelo romance "A Majestade do Xingu", em 1998, entre outras honrarias.
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