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Ao mestre com carinho

 

Evanildo Bechara talvez seja um dos professores mais amados do Brasil. Além disso, suas gramáticas foram adotadas por todas as escolas do país; portanto, ele ensinou uma geração inteira a escrever português. Hoje acadêmico, aos 96 anos, convive com alguns de seus muitos alunos que também são acadêmicos e não esquecem os momentos e os ensinamentos do mestre maior.

Para Antônio Carlos Secchin, Evanildo Bechara é sinônimo de equilíbrio, sabedoria, gentileza e erudição. “Grande ser humano, grande educador, de quem fui aluno menos tempo do que gostaria. Nunca é demais reafirmar minha admiração e reafirmar a honra e a alegria de tê-lo como companheiro, confrade, amigo, na ABL”.

Ana Maria Machado diz que o convívio com Evanildo Bechara neste contexto acadêmico é uma alegria, um presente da vida. “Agora podendo apreciar sua afetividade tão agradável e seus comentários tecidos de fina ironia, sempre a temperar sua coragem e sensibilidade na defesa da Língua e seus profundos conhecimentos em tudo o que lhe diz respeito”. 

Rosiska Darcy conta que, na festa de comemoração de 50 anos de formatura no Instituto de Educação do RJ, foi feita a eleição dos professores favoritos. “Deu Evanildo Bechara na cabeça! Ninguém tinha esquecido o professor jovem, de língua portuguesa, magrinho, de óculos de lentes grossas atestando muitas leituras e a alta sabedoria, e um bigodinho fino, cujo charme não escapava à nossa adolescência ruidosa”.

Heloisa Teixeira não mede esforços para elogiar o mestre: “meu encantamento com a língua portuguesa nasceu seguramente nas aulas do Professor Bechara, de quem fui aluna durante três anos. Bechara era aquele Mestre como diria Lacan, aquele que produz seguidores de vários tipos, mas sempre com uma vontade forte de seguir e ampliar o universo que o mestre lhe abriu. O professor que não se mostra dono da verdade mas que, por seu profundo conhecimento e de sua relação afetiva com o conteúdo passa o bastão adiante. As suas aulas me fascinavam pela limpidez e clareza de seus argumentos, mas sobretudo pela luz dos caminhos que nos abria. Não segui os caminhos específicos da linguística, mas nunca abri mão do fascínio pela palavra”.

15/10/2024