Acadêmico Gilberto Gil recebeu na última terça-feira, o título de doutor Honoris Causa da Universidade Nova de Lisboa. Em seu discurso, Gil reconheceu a relevância da universidade que lhe concedeu o título, empenhada na renovação da educação superior de Portugal, e citou a si próprio como “um cantor do simples, do sutil, quiçá do belo, por vezes acossado e assustado pelos horrores de um mundo traiçoeiro. Mundo esse que é forçoso também contar no meu canto” e disse que recebia a honraria como um gesto de amor encharcado de afeto e carinho.
Citou seus confrades na ABL Jose Paulo Cavalcanti e Marcos Villaça: Jose Paulo Cavalcanti, em crônica escrita de Lisboa, lembrava-nos da requalificação do nome da cidade luz, proposta por outro confrade acadêmico, Marcos Vilaça. Marcos renomeara a velha capital para lá de “Lisboa” PARA ”Lisótima”, elevando-a a um grau mais alto em nossa estima e consideração em novo patamar poético, superlativo do nosso amor pela cidade que acolheu tantos corações e mentes vibrantes, entre eles Camões. E lembrou até de Michel Temer, “um dos mais extravagantes presidentes da república brasileira”, ao repetir o famoso “fi-lo porque qui-lo”.
“Estou aqui para acatar a outorga deste título, poderia não tê-lo feito, não tê-lo aceito por razões de acanhamento, razões dos mistérios profundos que dormem no fundo de cada alma, no caso a minha, e aqui não estaria agora a assumi-lo. Teria sido uma grosseria, uma indelicadeza, certamente, no entanto fi-lo porque qui-lo, valendo-me de uma expressão que notabilizou um dos mais extravagantes presidentes da república brasileira.”
O reitor da Universidade Nova de Lisboa, João Sáàgua, afirmou que, no caso de Gilberto Gil, foram honrados “valores fundamentais, que corporizam de dois modos, pela arte que representa, para nós, valores da energia criativa, alegria sã, harmonia cósmica e compreensão profunda da humanidade, e pela cidadania, que representa, para nós, valores de liberdade , diversidade, igualdade, democracia.”
01/11/2023