Obra audiovisual de ficção em formato de série, produzida no leste e sudeste da Ásia, de gêneros e temas diversos, em geral com elenco local e no idioma do país de origem.
[Os doramas foram criados no Japão na década de 1950 e se expandiram para outros países asiáticos, adquirindo características e marcas culturais próprias de cada território. Para identificar o país de origem, também são usadas denominações específicas, como, por exemplo, os estrangeirismos da língua inglesa J-drama para os doramas japoneses, K-drama para os coreanos, C-drama para os chineses.]
[Do japonês dorama, ‘drama’.]
“A Paramount+ anunciou na semana passada nos Estados Unidos que vai expandir seu catálogo de títulos de originais coreanos. De saída, vão lançar duas séries. Depois, virão outras. Ao leitor que já se perguntou ‘e eu com isso?’, digo que elas serão exibidas por aqui também – além de no Canadá, no Reino Unido, na Austrália, em outros países da América Latina, na Itália, na França, na Alemanha, na Suíça e na Áustria. Esses dois K-dramas (também conhecidos como ‘doramas’), ‘A bloody lucky day’ e ‘Queen Woo’, serão parcerias com o serviço de streaming coreano TVING.”[1]
“A personagem de Júlia na série é Regina, dona de um café temático de K-pop. Ela é tia da protagonista, Carol (Sharon Cho), e maltrata a sobrinha. A produção é um musical inspirado nos dramas coreanos, os doramas: – Fiquei muito impressionada com a força da cultura coreana no mundo. A série consegue fazer uma mistura Brasil com Coreia. É uma dinâmica bem bolada para unir esses dois universos.”[2]
“Conhecidas de maneira geral como doramas, as séries contemplam conteúdos produzidos no Japão, Coreia do Sul e China. É preciso pontuar: dorama se refere ao conteúdo japonês. O termo remete à pronúncia dos japoneses para a palavra drama. As séries japonesas também podem ser chamadas J-drama. O conteúdo coreano, o mais visto atualmente, é chamado de K-drama – o termo já ganhou registro no dicionário Oxford. Os chineses são os C-dramas. E os T-dramas são tailandeses. Os temas são diversos: comédia, ação, romance, suspense, fantasia, terror e história.”[3]
“Os doramas ganharam força no Japão entre os anos 1970 e 1980, segundo explica Larissa de França, pesquisadora do Nejap (Núcleo de Estudos Japoneses) da Universidade Federal de Santa Catarina. O grande boom veio nos anos 1990, quando começou a ser exportado.”[4]
“Protagonizada por um elenco excelente e carismático, e criada e dirigida pelo americanos-coreanos Justin Chong e Kogonada, Pachinko é tanto ‘dorama’ – uma generalização para todo folhetim de origem asiática – quanto ‘k-drama’, termo que designa a hoje dominante produção da Coreia do Sul. Com uma primeira temporada de oito episódios (há material no livro de Lee para pelo menos uma segunda leva), a série produzida e disponibilizada pela Apple TV+ reúne características de várias linhagens típicas do gênero. É um melodrama de alta estirpe mas é, sim, um melodrama. É em boa parte uma produção – belíssima – de época. Trata de dilemas sociais profundos, como muitos doramas de ambientação contemporânea. E, como tantos outros, entretece os dramas dos personagens em eventos históricos.”[5]
“Os doramas (séries de origem asiática) conquistaram o coração do público em todo o mundo nos últimos anos. O Brasil figura como o terceiro território onde esse tipo de produto é mais consumido, atrás apenas de Estados Unidos e Coreia do Sul. Um dado que fez brilharem os olhos dos produtores da HBO Max, que decidiram investir na produção do primeiro dorama no país. Com elenco brasileiro e coreano e história contada em 10 episódios, ‘Além do guarda-roupa’ estreia nesta quinta-feira (20/7), na plataforma de streaming. Na trama, a atriz Sharon Cho interpreta a protagonista Carol, uma adolescente de 17 anos que precisa lidar com os traumas gerados pela morte precoce de sua mãe e o abandono do pai, que vai morar na Coreia do Sul.”[6]
“Questões como idioma, paisagens, estética de imagem, tipo de beleza do elenco e representação de características da sociedade se expressam nessas narrativas e fazem que elas se apresentem como de um ou outro país. Devido a essas diferenças, é adotado aos dramas de TV denominações específicas que representam tais nacionalidades. Como exemplo, os dramas japoneses também são conhecidos como doramas44 ou J-dramas45, os dramas tailandeses como lakorns46 e os sul-coreanos como K-dramas47. A partir dessas denominações criaram-se imaginários sobre as narrativas, já que cada país imprime suas características nelas.”[7]
“Este artigo pretende apresentar um tipo de produção audiovisual característica da televisão asiática: os doramas. Essas produções são similares às séries americanas no que se refere aos aspectos da transmissão, que ocorre uma vez por semana durante alguns meses. Também podem ser relacionadas às telenovelas latino-americanas, se observado que alguns doramas possuem uma continuidade parecida com a das telenovelas, e por sua função de tratar muitos aspectos culturais nas tramas, como as telenovelas fazem. Os doramas que mais se destacam dentro e fora da Ásia em termos gerais são provenientes de China, Coreia do Sul, Japão e Taiwan. [...] Esse texto é um recorte de duas pesquisas aprovadas pela Fapesp.”[8]
“[...] Dou de ombros. Paciência. Adio para amanhã o recado, já querendo ficar a sós com o dorama a que estou assistindo.”[9]
“Largo o corpo na cama, dramática. Continuo me perguntando como cheguei ao ponto de me envolver com alguém que faz minha vida parecer ter saído diretamente de um roteiro de dorama.”[10]
K-drama. In: OXFORD ENGLISH DICTIONARY. Disponível em: https://www.oed.com/search/dictionary/?scope=Entries&q=k-drama&tl=true. Acesso em: 29 jul. 2023.
[1] KOGUT, Patrícia. O sucesso dos k-dramas: Paramount+ expandirá catálogo. O Globo, 24 abr. 2023. Crítica. Disponível em: https://oglobo.globo.com/kogut/critica/2023/04/o-sucesso-dos-k-dramas.ghtml. Acesso em: 15 jul. 2023.
[2] COSTA, Giulia. Júlia Rabello fala sobre interpretar sua primeira vilã e detalha namoro à distância com holandês que conheceu no avião. O Globo, 18 jul. 2023. Play por Anna Luiza Santiago. Entrevistas. Disponível em: https://oglobo.globo.com/play/entrevistas/noticia/2023/07/18/julia-rabel.... Acesso em: 19 jul. 2023.
[3] CASALETTI, Danilo. Séries asiáticas, como Uma Advogada Extraordinária, cativam público brasileiro. Estadão, 21 out. 2022. Disponível em: https://www.estadao.com.br/cultura/series/series-asiaticas-como-uma-advo.... Acesso em: 15 jul. 2023.
[4] Idem, ibidem.
[5] BOSCOV, Isabela; CARNEIRO, Raquel. ‘Pachinko’ ilumina o incrível mundo das novelas orientais. Veja, 28 mar. 2022. Tela Plana. Cultura. Disponível em: https://veja.abril.com.br/coluna/tela-plana/pachinko-ilumina-o-incrivel-.... Acesso em: 6 ago. 2023.
[6] MATINA, Gabriela. “Além do guarda-roupa”, primeiro dorama produzido no Brasil, estreia amanhã. Estado de Minas, 19 jul. 2023. Cultura. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/cultura/2023/07/19/interna_cultura,152.... Acesso em: 5 ago. 2023.
[7] MONTEIRO, Daniela de Souza Mazur. Um mergulho na onda coreana, nostalgia e cultura pop na série de K-dramas “Reply”. 2018. Dissertação (Mestrado em Comunicação). Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2018. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/handle/1/21493. Acesso em: 5 ago. 2023.
[8] CAMPOS, Thalita Bianchini; TEODORO, Mariana Carrion; GOBBI, Maria Cristina. Doramas: cenários da cultura asiática. In: INICIAÇÃO Científica CESUMAR, Maringá (Paraná), v. 17, n. 2, p. 173-181, jul.-dez. 2015. Disponível em: https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/iccesumar/article/view/42.... Acesso em: 15 jul. 2023.
[9] CARVALHO, Marina. Um dorama para chamar de meu. Bauru. São Paulo: Editora Astral Cultural, 2019.
[10] Idem, ibidem.