Ailton Krenak se tornou nesta quinta-feira (5) o primeiro autor indígena a ser eleito para a Academia Brasileira de Letras em sua história. Ele foi eleito com 23 votos, contra 12 da historiadora Mary Del Priore e quatro para o escritor Daniel Munduruku.
A eleição foi marcada por um desentendimento público entre Krenak e Munduruku, com discordâncias sobre a forma como os dois autores se inscreveram para a mesma vaga. Krenak vai a cadeira nº. 5, vaga desde o falecimento de José Murilo de Carvalho.
"Ailton Krenak é escritor de renome e figura central no movimento literário indígena do país", disse a Academia nas redes sociais. "Sua voz é fundamental para o cenário atual, pois é elo entre a rica herança cultural e histórica dos povos originários e a literatura nacional. Esta eleição é um marco na ABL, que reafirma o seu compromisso em promover a diversidade e a inclusão na instituição e na literatura brasileira".
Ailton Krenak
Ailton Krenak nasceu em 1953. Ativista do movimento socioambiental e de defesa dos direitos indígenas, organizou a Aliança dos Povos da Floresta, que reúne comunidades ribeirinhas e indígenas na Amazônia. Seus livros Ideias para adiar o fim do mundo e A vida não é útil, ambos lançados pela Companhia das Letras, foram publicados em mais de dez territórios. É comendador da Ordem de Mérito Cultural da Presidência da República e doutor honoris causa pela Universidade Federal de Minas Gerais e pela Universidade Federal de Juiz de Fora.
A Companhia das Letras também lançou, no fim de 2022, Futuro ancestral, uma coleção de textos em que o autor "nos provoca com a radicalidade de seu pensamento insurgente, que demove o senso comum e invoca o maravilhamento", de acordo com a editora.
Matéria na íntegra: https://www.publishnews.com.br/materias/2023/10/05/ailton-krenak-se-torna-o-primeiro-autor-indigena-na-academia-brasileira-de-letras
09/10/2023