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ABL na mídia - UFRGS - Resgate de contos de Júlia Lopes de Almeida é ato de devolução da autora à literatura

 

Nas últimas duas décadas, cresceu o número de autores e artistas pertencentes às minorias que tiveram seus trabalhos resgatados pela academia. Isso ocorre em consequência da ascensão de discussões em torno dos lugares ocupados pelos grupos minoritários na sociedade e a reivindicação de maior participação e visibilidade desses grupos na esfera sócio-político-cultural. Em consonância com esse movimento, uma dissertação de mestrado do Programa de Pós-graduação em Letras da UFRGS buscou “devolver” Júlia Lopes de Almeida (1862-1934) à literatura brasileira ao resgatar contos da autora antes restritos à imprensa da época. A partir do estudo, os vinte contos resgatados, disponíveis para leitura na segunda metade da dissertação, serão reunidos e publicados em livro físico.

“Não há como falar sobre escritoras do século XIX sem acabar falando de Júlia Lopes de Almeida, já que ela foi a maior escritora desse período”, conta Guilherme Barp, autor da dissertação. Sua trajetória de pesquisa no campo das escritoras oitocentistas começou ainda na graduação em Letras, quando fez iniciação científica durante quase quatro anos. No mestrado, orientado pela professora e doutora em Ciência da Literatura Cinara Antunes Vieira, o pesquisador buscou na Hemeroteca Digital as edições de jornais e revistas que contaram com a colaboração da escritora no período de sua publicação.

Júlia Valentina da Silveira Lopes de Almeida foi a única mulher entre os idealizadores da Academia Brasileira de Letras (ABL). Defensora da abolição da escravatura, da educação formal para mulheres, do divórcio e dos direitos civis, a escritora estava à frente de seu tempo. Suas obras, entre romances, contos, peças de teatro e novelas, somam mais de vinte. Apesar de sua influência no meio literário e intelectual da época, com o avanço da ideia da ABL e sua consequente concretização, Júlia Lopes de Almeida foi marginalizada da instituição. “As escritoras do século XIX foram apagadas só por serem mulheres. Elas eram apenas toleradas, não eram respeitadas”, explica Guilherme.

Matéria na íntegra: http://www.ufrgs.br/ufrgs/noticias/resgate-de-contos-de-julia-lopes-de-almeida-e-ato-de-devolucao-da-autora-a-literatura

23/07/2023