A Academia Brasileira de Letras inaugura amanhã série de debates sobre temas da atualidade brasileira, com a participação de especialistas. Coordenado pelo acadêmico Edmar Bacha, o ciclo de conferências “Ponto e contraponto: discursos em tensão” discutirá assuntos políticos e sociais controversos no auditório da ABL, das 16h às 17h.
— A ideia é promover debate inteligente com especialistas com visões distintas que podem ser complementares. Pessoas que discordem sem cair em discursos de ódio ou extremismos — diz Bacha.
A estreia será com os juristas Fernando Schuler e Gustavo Binenbojm, que falarão sobre censura na era da internet e o projeto de lei das fake news.
— O conceito desse debate seria em cima do ativismo do judiciário, que explica a ascensão do STF no processo político brasileiro. Seria por causa da deficiência das outras instituições, excesso de zelo do STF diante da ameaça à democracia ou propensão à intervenção? Mas a lei das fake news é um tema que se impôs. Todo mundo preocupado com o efeito social e político que ela tem, mas é preciso manter a liberdade de expressão. Até que ponto a censura se justifica e por que as fake news representam ameaça à democracia?
Dia 13, o antropólogo Antonio Riserio e o acadêmico Eduardo Giannetti discutem as tensões entre os conceitos de identidade e identitarismo, com foco no racismo. Em 20 de junho, o médico Drauzio Varella e o economista Arminio Fraga falam de como conciliar necessidades da saúde pública com restrições orçamentárias do governo. Finalizando a série, dia 27, as sociólogas Maria das Dores Machado e Cecilia Mariz debaterão a interação entre religião e política, com foco nos evangélicos.
05/06/2023