Estado de inquietação e angústia desencadeado pela expectativa de graves consequências das mudanças climáticas e pela percepção de impotência diante dos danos irreversíveis ao meio ambiente.
[Também se diz ansiedade climática ou ansiedade ecológica.]
“A expressão ‘ecoansiedade’ foi apresentada ao mundo em 2017 pela American Psychology Association (APA – a associação de psicologia do EUA), descrita como: ‘medo crônico de sofrer um cataclismo ambiental que ocorre ao observar o impacto, aparentemente irrevogável, das mudanças climáticas, gerando uma preocupação associada ao futuro de si mesmo e das próximas gerações’. Apenas em outubro de 2021 é que ela entrou oficialmente para o dicionário de Oxford como um ‘desconforto ou preocupação sobre o dano atual e futuro causado no meio ambiente pela atividade humana e a mudança climática’. Desde então, o termo tem aparecido com mais e mais frequência, principalmente entre jovens.”[1]
“A sensação de impotência e de que governantes e empresárias(os) pouco fazem para ajudar a natureza – quando não jogam contra – potencializa o sofrimento, que já tem nome na Psicologia: ecoansiedade. Não é de hoje que esse conceito vem sendo estudado. Em 2017, a Associação Americana de Psicologia (APA) lançou o material ‘Mental health and our changing climate: impacts, implications, and guidance’ (Saúde mental e nosso clima em mudança: impactos, implicações e direcionamento). Segundo o documento, algumas pessoas estariam sendo acometidas por uma profunda sensação de perda e frustração por perceberem que não podem fazer o suficiente para barrar as mudanças climáticas. Com o problema climático avançando e demandando medidas urgentes em nível global, os casos de ecoansiedade tendem a se tornar cada vez mais comuns – sendo mais frequentes entre crianças e jovens, mas com impactos em outras faixas etárias também – e as(os) Psicólogas(os) devem se atentar para este problema característico de nossa época. Lidar com a ecoansiedade é possível, de um modo geral, com soluções comuns a outros tipos de ansiedade.”[2]
“‘A humanidade tem uma escolha: cooperar ou morrer. Ou um pacto pela solidariedade climática ou um pacto pelo suicídio coletivo’. A afirmação marcou o discurso de abertura do secretário-geral da ONU, António Guterres, na Cúpula dos Líderes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em novembro deste ano. O alerta sinaliza a gravidade do impacto humano na natureza, causando, por vezes, danos irreversíveis. O cenário de devastação ambiental afeta também a saúde da mente. A preocupação com o futuro do planeta atinge, principalmente, os mais jovens e tem até nome: ecoansiedade.”[3]
“O Washington Post tem trazido inúmeras matérias sobre a ansiedade climática ou ecoansiedade. Em algumas entrevistas com jovens obteve respostas como: ‘não vamos morrer de velhice – vamos morrer de mudanças climáticas’, ou ‘por que estudar para um futuro que não teremos?’ ou ainda ‘minha vida seria melhor sem os riscos das mudanças climáticas’. Um estudo recente realizado pela Universidade de Bath e financiado pela Avaaz envolveu 10 mil jovens entre 16 e 25 anos e revelou que 75% acham o futuro assustador e 45% sentem angústia e ansiedade climática. O governo brasileiro foi o pior avaliado no que se refere a ouvir os jovens, enquanto o finlandês e o indiano se destacaram como os melhores. A juventude não acredita que os governantes se importam e acham que não priorizam as decisões que reduziriam os riscos das crises climáticas que ameaçam o futuro.”[4]
“A ecoansiedade, no entanto, não afeta a todos igualmente. Na verdade, tende a ser mais prevalente entre as pessoas mais conscientes sobre a proteção do meio ambiente. Os sintomas incluem casos leves de ansiedade, estresse, distúrbios do sono, nervosismo, etc. Nos casos mais graves, pode causar uma sensação de sufocamento ou mesmo depressão. Nesse último grupo, é bastante comum as pessoas expressarem um forte sentimento de culpa pela situação do planeta, o que pode ser agravado, entre quem tem filhos, ao pensar no futuro.”[5]
ECOANXIETY. In: DICTIONARY.COM. Disponível em: https://www.dictionary.com/browse/ecoanxiety. Acesso em: 16 fev. 2023.
ECO-ANXIETY. In: OXFORD UNIVERSITY PRESS. Oxford Learner’s Dictionary. Disponível em: https://www.oxfordlearnersdictionaries.com/us/definition/english/eco-anx.... Acesso em: 16 fev. 2023.
[1] AUGUSTO, Felipe. Você já teve ecoansiedade? Sensação é de medo e preocupação com futuro. Ecoa, 18 jan. 2022. Destretando. Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2022/01/18/eco-ansiedade-o-.... Acesso em: 2 fev. 2023.
[2] CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA DO PARANÁ. Ecoansiedade: o mal do século XXI? CRP-PR, 16 mar. 2021. Notícia. Disponível em: https://crppr.org.br/ecoansiedade/. Acesso em: 2 fev. 2023.
[3] GOUVEIA, Aline. Ecoansiedade? Entenda o termo que nomeia o medo das mudanças climáticas. Correio Braziliense, 14 dez. 2022. Ciência e Saúde. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2022/12/5059008-ec.... Acesso em: 2 fev. 2023.
[4] PADUA, Suzana. Artigo: Ansiedade climática ou ecoansiedade e a educação ambiental. IPE – Instituto de Pesquisas Ecológicas, 10 nov. 2021. Notícias. Disponível em: https://www.ipe.org.br/ultimas-noticias/2049-artigo-ansiedade-climatica-.... Acesso em: 2 fev. 2023.
[5] ALEJANDRO, Diego. O que é ecoansiedade e por que pode ajudar a frear as mudanças climáticas. Veja, 6 set. 2022. Saúde. Disponível em: https://veja.abril.com.br/saude/o-que-e-eco-ansiedade-e-por-que-pode-aju.... Acesso em: 2 fev. 2023.