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nômade digital

Classe gramatical: 
loc. subst.
Definição: 

1. Indivíduo sem residência fixa, que viaja de um lugar a outro com alguma regularidade e exerce suas atividades de trabalho remotamente, por meio da internet e de outras tecnologias da informação e comunicação. 

2. Na legislação de certos países, imigrante que executa suas atividades laborais de forma remota, em regime de teletrabalho, para empregador estrangeiro.

Exemplos de uso: 

“O conceito de nômade digital surgiu com a consolidação da internet, mas se popularizou após a pandemia devido ao home office impulsionado pelas medidas de isolamento social. O trabalho remoto pode ser desenvolvido de qualquer lugar do mundo, desde que haja conexão com a internet. O estilo de vida de trabalhar sem residência fixa é adotado por cerca de 35 milhões de pessoas, mas esse número deve chegar até 1 bilhão em 2035, segundo projeção do site Nomad List. O avanço das tecnologias de comunicação e a mudança de cultura são os principais motivos que devem impulsionar o crescimento. Mais da metade dos nômades digitais trabalha com marketing digital, ciência da computação e indústrias criativas de acordo com a Instant Offices. Contudo, o perfil desses profissionais está mudando. Algumas empresas, inclusive no Brasil, incentivam o nomadismo digital entre os funcionários.”1

“O valor gasto para viajar e trabalhar depende do estilo de vida do nômade digital. Alguns viajam apenas de carona e ficam de graça na casa de outras pessoas, enquanto outros fazem parcerias milionárias e ficam em hotéis de luxo. O custo para viver de modo independente e com conforto, mas sem grandes luxos, fica entre R$ 3 mil e R$ 8 mil por pessoa no Brasil. No exterior, o valor varia muito, conforme a realidade de cada país. Nos destinos mais baratos, como o Sudeste Asiático ou América Latina, US$ 1 mil (cerca de R$ 5 mil) podem ser suficientes. Já na Europa ou nos Estados Unidos, o custo mensal do nômade digital pode chegar a US$ 5 mil (R$ 25 mil) em grandes cidades como Nova York e Londres. Os principais gastos são com hospedagem e alimentação. ‘A hospedagem é a mais custosa, principalmente porque, como pessoas que trabalham on-line e que literalmente vivem viajando, precisamos ficar em lugares que ofereçam boa internet’, diz Somera.”2

“Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a concessão de visto temporário e de autorização de residência para o imigrante denominado ‘nômade digital’. § 1º Para os fins desta Resolução considera-se ‘nômade digital’ o imigrante que, de forma remota e com a utilização de tecnologias da informação e de comunicação, seja capaz de executar no Brasil suas atividades laborais para empregador estrangeiro. § 2º Não será considerado ‘nômade digital’ o imigrante que exerça atividade laboral, com ou sem vínculo empregatício, para empregador no Brasil ou cuja autorização de residência para exercício de atividade laboral no País esteja regulamentada em outro normativo deste Conselho.”3

“O Brasil entrou na disputa para atrair os chamados nômades digitais, trabalhadores qualificados de alta renda que podem trabalhar de qualquer lugar, um estilo de vida que ganhou força com o home office na pandemia. [...] Cerca de 40% deles têm renda superior a R$ 34 mil por mês e chegam a gastar em torno de R$ 4,2 milhões por ano. Foi de olho nesse grupo seleto que o Conselho Nacional de Imigração, do Ministério da Justiça, regulamentou na semana passada a criação de um visto especial. A ideia é permitir que estrangeiros possam ficar por um ano (com possibilidade de prorrogação) aqui, mesmo vinculados a empresas do exterior. A mudança abre oportunidades para setores como os de hospedagem e escritórios compartilhados.”4

“Para viver esta nova vida, é preciso uma reserva financeira. De quanto? Depende de cada caso. ‘Eu ganhava em torno de R$ 4 mil quando me tornei nômade e me virava como dava. Hoje ganho bem mais que isso e escolhi passar menos perrengues, então gasto mais’, diz Matheus de Souza, autor de ‘Nômade Digital: um Guia para Você Viver e Trabalhar Como e Onde Quiser’. ‘Os primeiros dias podem parecer mais instáveis e desafiadores, mas com resiliência e foco é possível conseguir oportunidades e fazer o que realmente gosta’, afirma Cristiano Soares, gerente regional da Deel, startup de gestão de contratos de equipes internacionais.”5

“Para os empregadores, a flexibilidade acaba sendo uma das melhores maneiras de atrair e reter os melhores talentos, mas a tecnologia e as competências de liderança desempenham um papel fundamental para ajudá-los a gerenciar equipes remotas ao redor do mundo. ‘Existe uma crença muito forte de que o trabalho remoto é uma alternativa mais simples que o trabalho presencial, o que, obviamente, não procede. Repete-se, erroneamente, a ideia de que basta um notebook, um lugar para sentar-se e pronto. No entanto, o dia a dia do nômade digital é muito mais complexo do que isso’, diz Cristiano [Soares], da Deel. É importante ressaltar que alguns profissionais encontram barreiras como o fuso horário. Ao trabalhar para empresas em outros países, é provável que o time não esteja conectado ao mesmo tempo. Por isso, muitas empresas têm adaptado sua carga horária, exigindo que o colaborador fique conectado com a equipe apenas algumas horas por dia.”6

“No próximo domingo, dia 30 de outubro, entra em vigor o novo visto para nômades digitais em Portugal. A criação de um visto para atrair trabalhadores remotos foi anunciada pelo governo português há pouco mais de quatro meses. E, no dia 30 de setembro, um decreto publicado no Diário da República (o Diário Oficial de Portugal) detalhou quais os pré-requisitos para obter a nova autorização. [...] Segundo o texto, estarão elegíveis para pleitear o visto profissionais que atuem em home office com renda mensal de até quatro vezes o valor do salário mínimo atual de Portugal, o equivalente a cerca de € 2.820, algo em torno de R$ 14 mil.”7

1 E-INVESTIDOR. Nômade digital: quanto dinheiro é preciso para viver viajando? E-Investidor, 18 maio 2022. Educação Financeira. Disponível em: https://einvestidor.estadao.com.br/educacao-financeira/quanto-dinheiro-p.... Acesso em: 13 out. 2022.

Idem, ibidem.

3 BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública/Secretaria Nacional de Justiça/Gabinete. RESOLUÇÃO CNIG MJSP Nº 45, DE 9 DE SETEMBRO DE 2021. Diário Oficial da União, edição 16, seção 1, p. 104, 24 jan. 2022. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-cnig-mjsp-n-45-de-9-de-sete.... Acesso em: 13 out. 2022.

4 SORIMA NETO, João; RIBAS, Raphaela. Brasil quer atrair nômades digitais, profissionais que podem trabalhar de qualquer lugar. Veja como. O Globo, 30 jan. 2022. Economia. Disponível em: https://oglobo.globo.com/economia/emprego/brasil-quer-atrair-nomades-dig.... Acesso em: 13 out. 2022.

5 PADRÃO, Márcio. Como se tornar um nômade digital? Veja algumas dicas. Canaltech, 26 out. 2021. Disponível em: https://canaltech.com.br/empregos/como-se-tornar-um-nomade-digital-199844/. Acesso em: 13 out. 2022.

6 LOUREIRO, Michele. Quer ser um nômade digital? Para morar em Bali, o visto sai por US$ 142 mil. Forbes, 9 ago. 2022. Disponível em: https://forbes.com.br/carreira/2022/08/quer-ser-um-nomade-digital-para-m.... Acesso em: 13 out. 2022.

7 LIMA, Luciana. Visto de nômade digital ou trabalho: qual o melhor para os brasileiros que querem morar em Portugal? Exame, 25 out. 2022. Carreira. Disponível em: https://exame.com/carreira/visto-de-nomade-digital-ou-trabalho-qual-o-me.... Acesso em: 26 out. 2022.

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