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ABL promove a quinta palestra do ciclo de conferências sobre a Semana de Arte Moderna de 1922

 

O ciclo "Brasil Moderno", em comemoração aos 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922, chegou à sua quinta semana de palestras. Promovidas pela Academia Brasileira de Letras, através do pensamento de importantes nomes da cultura brasileira, as conferências buscam traçar um paralelo entre a Semana e os dias atuais. No dia 14 de abril, o músico, compositor e ocupante da Cadeira de número 20 da ABL, Acadêmico Gilberto Gil, ministrou a palestra “Antropofagia e Tropicália”, movimento artístico do qual foi expoente. O ciclo encerrará com a conferência “Mário e Oswald - É tudo para hoje”, do também músico, compositor e ensaísta, José Miguel Wisnik. O evento gratuito foi realizado no Teatro R. Magalhães Jr, com capacidade para até 288 pessoas.

O ciclo de palestras teve início no dia 17 de março, com o tema “Memória e Desmemória da Semana de 22”, ministrada pelo Acadêmico e poeta Antonio Carlos Secchin. O objetivo foi destacar os possíveis equívocos e mitos que giram em torno das memórias relacionadas à Semana de Arte Moderna e dar luz à veracidade dos fatos. No dia 24 de março, o ciclo teve sequência com a conferência "Trópicos Utópicos", ministrada pelo economista Eduardo Giannetti, recém-eleito para a ABL, que teve como intuito apresentar o espírito da afirmação modernista que se inaugura na Semana de 22. Na sequência, a cineasta Carla Camurati discorreu sobre as mulheres a frente do seu tempo na palestra “De Pagu a Carlota Joaquina”. O ciclo também contou com a participação do escritor Julio Ludemir, que abordou, na palestra "Pixinguinha vai à Europa", a influência da Semana de Arte Moderna para um dos maiores compositores da música popular brasileira.

"O ciclo Brasil Moderno tem um pé no passado, outro no presente e até mesmo um terceiro pé, se é que possível pensar, no futuro. Nos tempos atuais, temos uma luta muito movida pelo desejo de regressão. Então, eu acho que é muito oportuno fazer isso hoje. A gente lança a esperança de que um dia seremos modernos outra vez", afirma o Acadêmico Geraldo Carneiro, coordenador do evento. As palestras têm, ainda, coordenação geral do Acadêmico e Primeiro Secretário Joaquim Falcão.

A Semana de Arte Moderna foi uma manifestação artístico-cultural que ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo entre os dias 13 a 18 de fevereiro de 1922. O evento reuniu diversas apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de obras - pintura e escultura - e palestras. Os artistas envolvidos propunham uma nova visão de arte, a partir de uma estética inovadora inspirada nas vanguardas europeias. Juntos, eles buscavam uma renovação social e artística no país, evidenciada na "Semana de 22". O evento chocou parte da população e trouxe à tona uma nova visão sobre os processos artísticos, bem como a apresentação de uma arte de identidade mais brasileira.
 

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