O lexicógrafo está sempre atento ao que as pessoas escrevem e falam. O trabalho de pesquisa de novas palavras é uma atividade constante de leitura e observação. Quanto mais lemos, estudamos e nos inteiramos dos acontecimentos e problemas da sociedade, do mundo, maior a possibilidade de encontrarmos vocábulos novos. As novas palavras estão nos textos acadêmicos, científicos, nos livros recém-lançados, nos jornais, nas revistas, na televisão, nas redes sociais, na conversa informal, em todo lugar que os falantes precisem se expressar e se comunicar. Tudo interessa ao lexicógrafo, que precisa ter espírito investigativo e sensibilidade para detectar os vocábulos que passaram a ter uso corrente na língua nos últimos anos.
As novas palavras ou expressões surgem da necessidade que temos de nomear algo que passou a fazer parte da nossa realidade. Os nomes técnicos, as palavras sugeridas por cientistas, especialistas, ou aquelas criadas pelo povo, todas têm possibilidade de registro, se estiverem de acordo com os princípios que regem a formação de palavras antigas e modernas no efetivo do nosso léxico, se a criação traduzir com eficiência a ideia que quis transmitir quem a empregou e houver uso e difusão nos textos oficiais, meios de comunicação, artigos, teses, livros e outras publicações.
A internet, as redes sociais e a até mesmo a pandemia aproximaram as pessoas, o mundo. Recebemos contribuições de outras línguas, os chamados estrangeirismos, especialmente do inglês. Lockdown, coworking, startup, compliance são exemplos de vocábulos ingleses de grande circulação na língua portuguesa. No caso destas palavras, não há correspondente exato com o mesmo significado. Além do fato de elas circularem com muita ênfase no meio acadêmico e na mídia.
Por fim, vale mencionar que as novas tecnologias, os programas de computador, corpora de palavras, dicionários on-line de português e de outras línguas, com atualização permanente, têm acelerado a pesquisa e o surgimento de vocábulos e expressões.
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