Foi-se Crivella! Aleluia! Um novo capítulo na história do Rio. Boa sorte, Eduardo.
O legado da pior prefeitura que jamais tivemos é o desânimo que se mistura ao medo da pandemia. Apesar do risco, a população foi às urnas dizer chega. O mantra de que o Rio está acabado, que corria de boca em boca, lembra o conto de García Márquez “Alguma coisa muito grave vai acontecer nesta aldeia”.
Uma velhinha anuncia que algo muito grave vai acontecer naquele dia. O boato corre, sobe a temperatura do medo, atinge o pânico, os aldeãos então põem fogo em suas casas e fogem abandonando a aldeia. A velhinha comenta: “Eu não disse que uma coisa muito grave ia acontecer hoje?”.
A maldição derrotista de um Rio sem solução foi exorcizada pelo voto. O prefeito eleito detém hoje um capital de esperança. A pandemia está devastando a cidade, levando os hospitais ao colapso, como adverte a nota técnica da Fiocruz. É preciso que ele comece a “governar” já. Se o Rio for dizimado antes da chegada da vacina pelo aumento das contaminações em trens, praias, bares, festas natalinas, como se a pandemia não existisse, seu governo terá acabado antes de começar. Paes não pode temer pedir à população o que acha que ela não vai fazer, e sim convencê-la, com sua autoridade, do que o Comitê Científico diz que é preciso ser feito.
O governador do estado disse que não vai mudar nada. O ministro da Saúde, competente como um ascensorista dirigindo um Boeing, afirmou que em aglomeração não se pega Covid. Cúmplices da morte.
Faço aqui um apelo: estamos entregues a nós mesmos, e só nós podemos nos proteger e às pessoas que nos cercam. Escrevam aos amigos, usem as redes, lembrem que reuniões de mais de dez pessoas são de alto risco, sobretudo em locais fechados e por um tempo longo.