Ao comemorarmos os 123 anos da existência de nossa Academia Brasileira de Letras, cabe lembrar que a Instituição tem passado por momentos de glória e de sacrifício, sabendo sair destes últimos com as forças de sua resistência. Neste ano não são menores as dificuldades que a Diretoria e todos os seus integrantes enfrentam para a continuidade de suas atividades.
A experiência de mais de um século tem conservado a atenção da Academia aos seus dois principais temas contemplados no artigo 1o do seu Estatuto (A Língua e a Literatura nacional), acrescentando as preocupações no campo de outros horizontes, como a Sociologia, a Filosofia, a Diplomática e a boa Política.
No âmbito da Língua, a nossa Instituição se particularizou pelo enfrentamento dos problemas para uma sistematização ortográfica de base científica, como ainda pela solução de questões no campo da Lexicografia e pela investigação do ensino da Língua. Para esta última área, mais recentemente foi criada a Coleção Antônio de Morais Silva, que editou e reeditou obras preciosas como: Estudos Filológicos (Antenor Nascentes), Frases Feitas (João Ribeiro), Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa (Rocha Pombo), Curiosidades Verbais (João Ribeiro), Estudos sobre Os Lusíadas (José Maria Rodrigues), Dificuldades da Língua Portuguesa (M. Said Ali), Tradições Clássicas da Língua Portuguesa (Padre Pedro Adrião), Linguagem e Estilo de Machado de Assis, Eça de Queirós e Simões Lopes Neto (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira), Selecta Clássica (João Ribeiro) e Fatos da Linguagem (Heráclito Graça).
Na esperança de que tempos melhores possam ajudar a nossa Instituição a prosseguir nestas atividades de que tanto carecem a Língua e a Literatura nacional, continuaremos empenhando esforços com particular atenção aos estudos do Vocabulário Ortográfico e à língua dos escritores, a começar pela obra de Machado de Assis.