Renato Feder ficou numa situação constrangedora quando foi preterido na escolha para o ministério da Educação depois de ter sido recebido pelo presidente Jair Bolsonaro. Pareceu que não tinha passado no teste, mas agora deverá ser confirmado no cargo. Pelo menos, é uma pessoa que se dedica à educação e o seu pensamento econômico e político combina com o ultraliberal do ministro Paulo Guedes. É coautor de um livro sobre como se livrar do peso do Estado para o país se desenvolver, no qual cita muito Margareth Tatcher, Ronald Reagan e outros liberais. Tem uma proposta revolucionária para a educação, que dificilmente poderá ser implantada nestes dois anos e meio que faltam para o governo, mas se conseguir encaminhar sua tese, irá gerar uma boa discussão. Ele defende um caminho até a privatização total do ensino, inclusive das universidades. Numa etapa anterior à privatização, todos receberiam um voucher do governo para estudar nas escolas privadas; e na universidade, um voucher como empréstimo – como o atual FIES. A tese é que, no final das contas, o ensino melhoraria para todo mundo, dando chance de filhos de pessoas menos favorecidas frequentarem as mesmas escolas dos ricos. Importante é que o livro mostra sua visão ultraliberal de sociedade. Propõe, inclusive, a taxação de herança para financiar o sistema público de voucher. É uma pessoa polêmica, que acha que a iniciativa privada é sempre melhor do que o Estado. Na disputa pela meritocracia, quem faz melhor é a iniciativa privada e por isso o governo deveria ficar apenas supervisionando o sistema de educação.