Escrevo de casa, em meio à maior pandemia enfrentada pela minha geração. Ainda não se conhece o antídoto para enfrentar o terrível e perigoso coronavírus, que faz um enorme estrago praticamente no mundo inteiro, a partir da China (Wuhan). Um número incrível de infectados e a perda de vidas preciosas, em todas as faixas etárias, especialmente os mais idosos.
Cientistas dos centros mais avançados dedicam horas e mais horas à procura do antídoto. Dessa busca dramática o Brasil também faz parte, especialmente por intermédio dos competentes profissionais da Fundação Osvaldo Cruz (Manguinhos). Esses experimentos demandam tempo e pesados investimentos. Quanto mais cedo obtivermos bons resultados, como tentam também os cientistas laureados do Estado de Israel, menos perdas humanas. Queremos que esse prazo não se estenda e a cura, via vacina, não passe do ano próximo.
Enquanto isso, perdemos nomes preciosos da nossa cultura, vítimas da Covid-19. Foram o cantor Moraes Moreira, o compositor Aldir Blanc, a atriz Daisy Lúcidi, o ator Flávio Migliaccio e os escritores Garcia Roza e Rubem Fonseca. No plano pessoal, perdi o meu querido irmão Odilon, aos 94 anos de idade. De uma pneumonia evoluiu para a Covid-19 que lhe foi fatal. São mais de 15 mil mortos até o momento em que escrevo. E ainda existe o perigo de uma recrudescência do vírus, se cuidados extremos não forem tomados.
A Bíblia, o Alcorão, os Vedas e outros livros sagrados explicaram que morremos porque Deus quis assim, mesmo nas grandes tragédias humanas, como foi a Grande Gripe Espanhola, de 1918. Mas, hoje, tendemos a acreditar que essa morte em massa ocorre em virtude de problemas técnicos, que não pudemos dominar com outros problemas que desafiam a nossa ciência. O marca-passo ou o transplante cardíaco têm salvado milhares de vidas. A radiação combate o câncer de forma competente, no mundo inteiro. E a bioquímica, representada por remédios poderosos, pode vencer os vírus que se alojam nos pulmões. A ciência tem tido boas respostas para essas tragédias que enfrentamos.
Nossa luta é para prolongar a vida. Nos últimos dois séculos, a expectativa média de vida passou de menos de 40 anos para 72 anos em todo o mundo (em alguns países desenvolvidos chega a mais de 80). Caminhamos para dias melhores. Temos que superar o atual quadro de dificuldades.