Quando criança, os adultos nos mandavam para fora da sala, porque não devíamos ouvir conversa de gente grande. A expressão era: tem gente descalça. Pois a reunião de 22 de abril dos ministros brasileiros, devia ter sido poupada a menores de 100 anos. Jamais vi tanta sem-vergonhice junta, tanta grossura exposta, conversa de boteco, total descalabro.
Mario Souto Maior, folclorista pernambucano da mesma estirpe de Câmara Cascudo, celebrado até por Gilberto Freire, poderia processar o governo por direitos autorais, uma vez que todos os palavrões constantes de seu ótimo Dicionário do Palavrão e Termos Afins (tenho a edição da Guararapes, Recife 1980) foram ditos e repetidos pelo presidente. Desde o usual, sonoro, FDP ao modesto e quase ignorado prexeca, órgão sexual feminino em Goiás.
O que acharam as mães se é que eles têm - filhas, tias, avós, mulheres e irmãs daquela máfia de desclassificados? Falta de pudor, diriam, de compostura, respeito, vergonha na cara, pura grosseria, achincalhe, rusticidade, enfim, a maior alarvaria, se me entendem Enfim, Mario Souto maior definiria aquele conjunto de ministros como uma bando de Cheira-fundo que ele definia como “chaleira, capacho, pessoa sem personalidade”.
O sinônimo é pior: “Cheira-rabo”. para não dizer outra coisa. É o que se viu. Achei curioso é que nenhum diretor, gerente, caixa, funcionário do Banco do Brasil se preocupou com o desclassificado posto Ipiranga da Economia dizer que o BB é puro estrume. O Supremo então fez como se não fosse com ele. Todos aceitaram serem chamados de vagabundos. O que há minha gente? Todo mundo dopado?