A última do ministro da Educação, Abraham Weintraub, — ou penúltima — é, pra variar, uma fake news. Ele postou no Twitter que este ano não haveria o tradicional show de fim de ano de Roberto Carlos na Globo: “É o primeiro ano que o rei se livra do mico dos Marinho”, comemorou. Só que o especial está confirmadíssimo para o próximo dia 20. Aliás, já está até gravado.
Antes ele fez pior. Também sem apresentar provas, disparou acusações de que universidades federais estariam cultivando maconha: “Não são três pés, são plantações extensivas a ponto de ter borrifador de agrotóxicos”. E, mais, haveria também “produção de drogas sintéticas em laboratórios de química”.
Os reitores repudiaram as acusações, e a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes) entrou na Justiça para exigir que o ministro “preste esclarecimentos e informações sobre as provas que ampararam suas declarações”. A interpelação foi protocolada na 9ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal e ressalta “o teor depreciativo em relação às universidades federais e a seus reitores”.
Ao mesmo tempo, enquanto o gestor da pasta estava ocupado com shows musicais, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) acabava de revelar que, no ranking mundial, o Brasil está entre os 20 piores colocados em Matemática, Leitura e Ciências.
Em vez de alardear que não tem nada com isso, que a culpa é dos petistas, seria melhor que apresentasse propostas para melhorar a qualidade do ensino, que continua péssima. Já era com o antecessor, o colombiano naturalizado Ricardo Vélez, que durou três meses no cargo.
Entre as várias polêmicas de sua rápida gestão está a carta que enviou aos diretores de escolas determinando que filmassem os alunos cantando o Hino Nacional e repetindo o slogan eleitoral: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Diante da repercussão negativa, ele pediu desculpas e voltou atrás.
“Saudades de Vélez”, dizem muitos com ironia. Ele também era tosco, mas não fabricava fake news.