Essa publicação faz parte da coleção Relatórios de Atividades
"A Academia Brasileira de Letras é, a um só tempo, Casa da Memória e do Futuro. Porque uma parte não subsiste sem a outra. Modernidade e tradição conjugam-se no presente do passado e no presente do futuro. Não há outra dimensão. Habitamos o coração do agora, dentro dele agimos e estamos, e a seus desafios precisamos responder com um misto de prudência e ousadia.
O ano de 2018 exigiu a reengenharia da Casa, para torná-la mais ágil e compacta a enfrentar a crise da economia que se abateu sobre o país. Um árduo conjunto de ações centrou-se no equilíbrio das finanças e na condução, a médio prazo, para um modelo sustentável.
A Diretoria não descuidou da missão cultural da Casa, nas Conferências, Edições virtuais, Acervo, Pesquisa, Teatro e Música.
No âmbito internacional, a Academia firmou acordo com a Marinha para levar nossos livros, preferencialmente aos países da CPLP, sem excluir universidades e centros de ensino, mundo afora, dedicados à cultura brasileira, segundo o itinerário das embarcações.
A ABL assinou protocolos de cooperação e amizade com a Real Academia de la Lengua, em Madrid, com a Academia Română, em Bucareste, com a Deutsche Akademie für Sprache und Dichtung, em Darmstadt, e ratificou o antigo protocolo com a
Accademia della Crusca, em Florença. Tampouco deixou de reafirmar os laços fraternos com a Academia das Ciências de Lisboa.
Foram visitadas as Academias do Paraguai e do Uruguai, segundo uma agenda de diálogo na América Latina, a partir de um encontro ocorrido na Secretaria Geral Iberoamericana, em Madrid.
A primeira viagem da presidência da ABL à África começou pela cidade da Praia, Ilha de Santiago, em Cabo Verde, interagindo com o Instituto Internacional da Língua Portuguesa e a Academia Cabo-Verdiana de Letras. Daí surgiram novos desenhos para o continente, em 2019, consubstanciados nas palmas acadêmicas que a ABL concedeu ao rei de Ifé, símbolo de nossa alteridade especular.
No plano social, a Academia implantou ou restituiu uma gama de projetos, mediante palestras, doação de livros e computadores para hospitais e escolas públicas, próximas de comunidades mais vulneráveis, assim como as reiteradas visitas às prisões e às unidades socioeducativas.
A Diretoria fez o possível num cenário de crise. Muito resta a fazer. Mas, em tantas dificuldades, não perdeu o rumo, cumpriu a missão estatutária, não se fechou para o mundo, não abdicou de sua missão bifronte, lançando seu olhar ao passado e ao futuro, na superfície infinita do agora."
Marco Lucchesi
Presidente da Academia Brasileira de Letras