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Música nas escolas

 

Nem sempre as reformas produzidas em nossas escolas foram para melhor.  Às vezes até foram movimentos incompreensíveis, como a supressão da educação artística.  Somos um povo que aprecia artes, como o cinema, o  teatro e a música.  Por que não incentivar isso novamente nas escolas?

Enquanto produz ativamente um movimento teatral em suas instalações, no Rio de Janeiro, o professor Carlos Alberto Serpa de Oliveira, presidente da Fundação Cesgranrio, diversifica a sua atuação e patrocina um belo projeto de música clássica nas escolas do  Rio de Janeiro.

São livros e CDs selecionados pela pianista Carol Murta Ribeiro, que estão sendo distribuídos gratuitamente pelas escolas oficiais, divulgando a vida e a obra de compositores como Bach, Mozart, Chopin e Ravel, entre outros.  A seleção foi feita respeitando períodos históricos da música erudita, com obras executadas pela Orquestra Sinfônica Cesgranrio, que revive uma iniciativa de que fomos autores, na década de 80, quando criamos a Orquestra Jovem do Teatro Municipal, com a preciosa colaboração do maestro Davi Machado.

Para se ter ideia da importância desse projeto, basta atentar para a primeira tiragem aprovada: 28 mil exemplares, destinados a alunos do ensino fundamental e médio, numa atividade de iniciação artística de primeira ordem.

Os volumes já estão sendo colocados em mãos de estudantes e professores.  O primeiro deles intitula-se “Os barrocos”, abordando a vida e a obra de Antonio Vivaldi, Johann Sebastian Bach e Georg Haendel.  O segundo, “Os clássicos”, refere-se aos compositores Haydn, Mozart e Beethoven. O terceiro, “Os românticos”, como não poderia deixar de ser, focaliza a vida de Chopin, Schumann e Franz Liszt.  Para completar a série, Carol Murta Ribeiro selecionou a coleção de “Os modernos”, com Claude Debussy, Maurice Ravel e Igor Stravinsky.

Além do precioso tratamento musical da série, os livros apresentam bonitas ilustrações, o que torna a coleção ainda mais atraente.

Se esse trabalho ficasse somente nisso seria algo incompleto, a nosso ver.  Falta o toque brasileiro, que não poderia faltar, mesmo que ficássemos apenas na música clássica.  Carlos Gomes é uma figura universal, com  o seu clássico “O guarani”, ópera encenada com muito êxito no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, sob a direção de Sérgio Brito.  Poderemos citar outros autores, como é o caso do padre José Maurício, que tem certamente um lugar garantido nessa lista consagradora. 

Estamos nos referindo à música clássica, mas para  a lista ser  completa é preciso chegar à gloriosa música popular brasileira, de  tantos e tão assinalados êxitos.  Como deixar de referir a Vinícius de Moraes, Tom Jobim e Noel Rosa, para só ficar nesses? Vamos aguardar os próximos passos dos mentores dessa preciosa coleção.

Tribuna de Petrópolis , 03/08/2018