Jurista e educador Joaquim Falcão fala na ABL sobre cultura brasileira contemporânea, na terceira palestra do ciclo ‘A cultura em processo’
Publicada em 15/06/2018
A Academia Brasileira de Letras prosseguiu com seu ciclo de conferências do mês de junho de 2018, intitulado A cultura em processo, sob coordenação do Acadêmico e romancista Antônio Torres (excepcionalmente), com palestra do Acadêmico e professor Domício Proença Filho. O tema escolhido foi Língua, cultura e identidade nacional. O evento foi programado para quinta-feira, dia 28 de junho, às 17h30, no Teatro R. Magalhães Jr., Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro.
A Acadêmica e escritora Ana Maria Machado, Primeira-Secretária da ABL, é a Coordenadora-Geral dos ciclos de conferências de 2018.
Foram fornecidos certificados de frequência.
O CONFERENCISTA
Quinto ocupante da Cadeira 28 da Academia Brasileira de Letras (ABL), eleito em 23 de março de 2006, na sucessão do Acadêmico Oscar Dias Corrêa, e recebido em 28 de julho de 2006 pelo Acadêmico Evanildo Bechara, Domicio Proença Filho nasceu no Rio de Janeiro, onde atua como professor universitário de literatura brasileira e de língua portuguesa, ficcionista, crítico literário, roteirista e promotor cultural.
Domício Proença Filho é Doutor em Letras e Professor Emérito da Universidade Federal Fluminense. Foi Professor Titular Convidado (Gastprofessor) da Universidade de Colônia e do Institut für Romanische Philologie der Rheinisch Westf. Technischen Hocheschule Aachen. Proferiu conferências em universidades de Munique, Tübingen, Paris, Clermont Ferrand, Roma, Bolonha, Pádua, Madrid, Salamanca, Belgrado, Novi Saád, Lisboa, Coimbra, Porto, Minnesota. Também é membro da Academia Brasileira de Filologia e do PEN Clube do Brasil.
Autor de mais de sessenta livros publicados e de dezenas de ensaios em periódicos brasileiros e estrangeiros, Domício Proença Filho escreveu, entre eles, Estilos de época na literatura, A linguagem literária, Capitu-memórias póstumas, romance. São também de sua autoria os verbetes e monografias das áreas de Teoria Literária e de Literatura Brasileira da Enciclopédia Século XX, lançada em 1971, da qual foi diretor de texto, e de cinco capítulos da História da Literatura Brasileira, Lisboa, 1999, dirigida por Sílvio Castro. Idealizou, entre centenas de projetos culturais, a Bienal Nestlé de Literatura Brasileira.
Nos espaços do poema, publicou O cerco agreste, em 1979, uma proposta poética fundada em reflexões existenciais. De 1984, é Dionísio esfacelado (Quilombo dos Palmares), um recuperar poético da presença do negro na formação do Brasil, centrado na saga da luta pela liberdade. Liberdade é também a tônica que perpassa o Oratório dos Inconfidentes – faces do verbo, com duas edições em 1989, nuclearizado na Conjuração Mineira, episódio da história do Brasil, ilustrado com esboços de Portinari integrados a poemas, prosa poética, textos históricos. Os dois últimos e também o seu romance, têm sido objeto de teses universitárias e vários de seus textos integram antologias publicadas no Brasil e no exterior. A prosa poética está presente no premiado Breves estórias de Vera Cruz das Almas, 1991. O risco do jogo, lançado recentemente, retoma, ampliadas, as perquirições existenciais e o acurado trabalho na linguagem.
A crítica especializada destaca na sua poesia a dramatização lírico-épica da História, o empenho político e social, a alta capacidade de construção do texto, o acurado apuro da linguagem, a alta qualidade literária.
Em seu último livro, intitulado Muitas línguas, uma língua, Domício Proença Filho faz um passeio pela História do Brasil, em que perpassa fatos históricos e sociais, e aponta as transições pelas quais a língua passou ao longo dos séculos. A partir de textos representativos e com linguagem acessível, o autor lança, também, um olhar agudo sobre a utilização do português brasileiro nas múltiplas circunstâncias do convívio comunitário: a relação entre a fala e a situação de fala; o papel da escola; as variantes geográficas, sociais e expressivas; a língua e a inclusão social. Num texto claro e objetivo, o acadêmico reúne teoria e sua experiência eminentemente no ensino da língua, para trazer ao leitor abordagens que integram cultura, literatura e a história da língua portuguesa no Brasil.
21/06/2018Publicada em 15/06/2018