O início da campanha eleitoral mostra a perplexidade do alinhamento do centro. De saída, tal vai ao descarte do próprio teatro das candidaturas rotineiras, no propor-se o nome de Luciano Huck.
O que logo desponta, na busca teórica dessa equidistância entre esquerda e direita, a partir de propostas como a de Alckmin, é a estrita perpetuação do status quo, tal como enuncia um programa como o de Henrique Meirelles. Com seus restritos 10% de intenções de voto, no momento, Alckmin sugere o desdobramento das candidaturas "nem tanto lá, nem tanto cá", ao querer capturar os atuais indecisos, nunca tão numerosos, na sua dúvida eleitoral.
Prorrompem possíveis presidenciáveis, na afoiteza com que Rodrigo Maia se apresenta, e, a partir daí, sem dúvida, o desvelamento de outras pretensões, esperando a hora. O presidente da Câmara fala da busca de uma centro-direita, num revide à presente inércia programática de Temer.
Espanta o sistema não se dar conta da movimentação inédita em torno de Bolsonaro, a absorver todo esse rumo de nosso futuro. E, sobretudo, a partir do enorme contingente evangélico, de força inédita, e, agora, amplamente mobilizado, saído ostensivamente do absenteísmo político. As multicandidaturas de um dito centro, sugeridas por Alckmin, não vão chegar a um somatório, mas a uma safra de dissidências, como permite o status quo obediente a todos os conformismos do governo Temer.