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Mudança estrutural

 

A nova fase da atuação das Forças Armadas na segurança do Rio de Janeiro, que foi estendida até o fim deste ano, pretende ser menos pontual, como nos últimos seis meses, e mais estrutural, com mudanças de organização, de modo a integrar o planejamento com a inteligência.

O futuro plano integrado incluirá o sistema prisional, passando pelas corregedorias das polícias, entrando pela questão da formação do pessoal, despolitização de qualquer tipo de ação.

O objetivo é gerar uma atuação integrada que permita reforçar o controle das estradas, com o Exército atuando junto com a Polícia Federal no combate ao roubo de cargas – que vem tendo bons resultados –, deixando de ter uma atuação pontual, sob demanda, para obedecer a uma estratégia de longo alcance.

A repressão à entrada de armas terá uma prioridade para o Exército pelas fronteiras do Estado, com o auxílio da Marinha e da Aeronáutica, que ampliarão esse trabalho nos aeroportos e na Baia de Guanabara.  

Uma das questões centrais é integrar a Força-Tarefa da Procuradoria-Geral da República ao novo esquema, pois é essencial investigar e punir o agente público que já esteja cooptado pelos esquemas criminosos.

Um trabalho específico de treinamento e preparo das forças policiais do Estado será implementado com a ajuda do Secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, e o governador Pezão garantiu que colocará em dia o pagamento dos servidores públicos envolvidos na burocracia do sistema policial, e o dos próprios membros das Polícias que atuam no Estado.

Este é um dos principais problemas do Secretário de Segurança, que se queixa da falta de equipamentos necessários ao cumprimento das tarefas, pois os policiais se arriscam sem receber remuneração condigna, e com o baixo salário atrasado; não há viaturas policiais em número suficiente, por falta de manutenção e até mesmo falta dinheiro para a gasolina dos carros.

Dentro de 30 dias, os encarregados dos planos apresentarão suas propostas em uma reunião no Rio que contará com a presença dos três ministros que estiveram reunidos ontem em Brasília: Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Torquato Jardim (Justiça) e Raul Jungmann (Defesa), e mais os responsáveis pela segurança do Estado do Rio.

A partir daí haverá a assinatura de um protocolo que terá as metas a serem atingidas divulgadas para que a população possa acompanhar a eficácia das medidas.

A falência política

A mudança de ministro do Trabalho no governo Temer deu bem a mostra de nosso mundo político. O escolhido para o cargo não pode assumir porque é um desafeto do ex-presidente José Sarney, de quem já foi aliado.

Recusou-se a pedir a benção do antigo chefe, permanecendo fiel ao novo, o atual governador Flavio Dino. A escolhida então foi a filha do presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, recém-saído da prisão.

Cristiane Brasil assume a pasta do Trabalho tendo sido processada por ferir a legislação trabalhista, não tendo registrado a carteira de trabalho de um motorista, que ela alega nunca ter sido seu empregado. Mas o juiz achou que era.

No seu lugar na Câmara assume um irmão do ex-governador Garotinho, condenado por abuso sexual de menores. Alegou que havia um sósia seu na cidade, a quem caberia a culpa.

O Globo, 05/01/2018