Nas previsões eleitorais para 2018, torna-se cada vez mais nítida a opção Lula (PT). Para além de qualquer crítica moralista, evidencia-se o carisma do ex-presidente, identificado, cada vez mais, com a consciência da promoção do Brasil proletário. A se verificar a sua prisão, desenha-se, também, em protesto, a maciça votação em branco dos seus seguidores.
A candidatura de Lula revela-se, igualmente, como intransferível, e bane qualquer outra indicação do PT. A precariedade da escolha de Fernando Haddad, a 3%, assenta uma premissa definitiva para o futuro pleito. Mais ainda, o voto no ex-presidente se manifesta independentemente do partido, ou de qualquer nova formulação petista. De logo, também, levanta-se o cenário de uma provável ida às ruas, frente ao bloqueio da candidatura de Lula. Embalde, ainda, as oposições vão ter viabilidade nas partilhas de expectativa entre Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT), tal como o PMDB sucumbe ao vírus adesista em somatórios autoanuláveis. No amplo retorno ao Estado de Direito, enfrentamos, agora, na sequência da crise do desenvolvimento, o repto da permanência da nossa democracia. Cresce, na oposição, o avanço do autoritarismo político, ainda acrescido das saudades militares e da visão da ordem de 1964. Soma-se à mesma o avanço à direita do autoritarismo, com Jair Bolsonaro (PSC), ao qual se pode somar toda a força do evangelismo político.
Deparamos, ao mesmo tempo, as dificuldades de reaglutinação do centro político, frente aos novos contrastes das nossas alternativas de desenvolvimento. A esquerda se desaparelha, na medida em que a crise da mudança põe em causa as próprias premissas da ação estatal na economia, ao promover o governo Temer (PMDB) a venda dos ativos da Petrobras e da Eletrobras. O que, hoje, diz do avanço da consciência democrática - para ficar - é o novo enraizamento político de Lula, ao declarar que o petismo é uma "ideia", independentemente de candidaturas, na opção crítica para a nossa mudança.