Como sempre acontece, foi um sucesso o seminário Brasil Brasis promovido pela Academia Brasileira de Letras. Desta feita, o tema foi o “Novo Ensino Médio”. Tive a honra de mediar o debate de que participaram os especialistas Carlos Artexes Simões, diretor do Sesc Nacional, e Carlos Alberto Serpa de Oliveira, presidente da Fundação Cesgranrio, responsável pelas provas nacionais do Enem.
Artexes, formado em Engenharia e que passou pelo Cefet-RJ, além de ter sido Coordenador Geral de Ensino Médio do MEC, discorreu sobre a estrutura da educação nacional e lamentou que tenhamos excluído boa parte da nossa população dos benefícios da educação: “Não é de se estranhar, pois, que tenhamos caído da 6ª. economia mundial para a 9ª., nos últimos tempos.”
Temos 1,5 milhão de jovens fora da escola e ainda não reconhecemos que “o currículo é o coração da escola”. Defensor do tempo integral, citou o educador Comenius (1592-1670): “Devemos educar todos, em todas as coisas, de forma total.” Com uma educação básica de qualidade, que evite o reducionismo curricular e assegure a liberdade de escolha dos jovens.”
Na vez de Carlos Alberto Serpa, ele defendeu a ideia de Educação e Cultura caminharem sempre juntas. Informou que já passaram pelos exames da Cesgranrio nada menos de 100 milhões de jovens em 25 anos de atividades. Mostrou a importância da ambiência cultural, numa época em que o professor é mais que tudo um facilitador de aprendizagem, ajudado pela internet: “Nossos jovens devem valorizar o comportamento ético e aprender a fazer escolhas, numa época em que 67% dos nossos alunos demonstram condições precárias de aprendizagem.” Lamentou a defasagem idade-série de dois anos e afirmou que a flexibilização da grade curricular talvez seja a maior conquista da reforma. Disse também que outra grande vantagem da reforma é o ensino técnico e recordou os cursos pós-secundários, criados na década de 70, no Rio, quando estivemos juntos no Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro. Foi um sucesso!
Serpa comentou sobre os itinerários (eixos) previstos no novo ensino médio, que deverá ser aplicado a partir de 2019. O seu êxito vai depender (e muito) da formação dos professores: “É preciso criar o novo professor, certamente com melhores salários.” Defendeu ainda a possibilidade de empregar pessoas de notório saber no ensino técnico. “Devemos valorizar a meritocracia, num processo continuado.”
Ainda houve tempo, no Teatro R. Magalhães Jr., de falar obre o raciocínio nas aulas de Matemática, com a aplicação nas aulas de hoje da teoria da explicação. Com a valorização curricular das aulas de Português e Matemática, como é propósito dos novos tempos, estamos buscando caminhos que tornem mais eficientes as nossas aulas, especialmente nessas duas e fundamentais disciplinas.
O que não resta dúvida é que teremos um novo e abençoado projeto.